A divulgação de notícia, pelo Portal Curupira Marabá, sobre a remuneração de um servidor lotado na Câmara Municipal de Marabá (CMM) vem gerando ampla repercussão no meio político e entre os moradores do município desde a terça-feira (28). O influenciador digital João Carlos Gava Júnior, que exerce o cargo de assistente técnico superior, recebeu R$ 28.916,66 em setembro de 2025 — valor superior ao salário de um vereador em exercício na Casa Legislativa.

Segundo dados disponíveis no Portal da Transparência, entre janeiro e setembro deste ano, Gava acumulou R$ 166.024,11 em rendimentos brutos, incluindo vencimentos e vantagens. No mesmo período, o vereador Pacheco (PL) — usado como parâmetro — recebeu R$ 155.300,00. O aumento expressivo no contracheque de setembro levantou questionamentos sobre a regularidade dos pagamentos e a atuação do servidor, que mantém perfis públicos nas redes sociais voltados ao turismo e costuma publicar viagens frequentes pelo Pará e outros estados.

O caso se soma ao crescente desgaste político do presidente da Câmara, Ilker Moraes (MDB), que mantém o servidor em seu quadro funcional. Mesmo após a repercussão do caso, Ilker não se pronunciou oficialmente, o que tem ampliado as críticas à sua gestão. Fontes internas apontam que o silêncio e a ausência de esclarecimentos têm causado desconforto entre os próprios vereadores, que já articulam a formação de um novo bloco político para disputar o comando da Casa no próximo biênio.

Além do episódio envolvendo Gava, a Câmara de Marabá enfrenta denúncias sobre o uso de recursos públicos para viagens de vereadores e servidores a destinos como Rio de Janeiro, São Paulo, Gramado e Brasília, sem registros públicos de relatórios ou comprovação de resultados práticos para o município. As despesas com diárias e deslocamentos, consideradas excessivas, levantam suspeitas de malversação de recursos públicos e podem motivar investigações por parte do Ministério Público do Estado do Pará e do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-PA).
O conjunto de situações expõe um cenário de fragilidade na gestão administrativa da Câmara e reforça a necessidade de maior transparência e controle sobre o uso de verbas públicas no Legislativo municipal. Reportagem Portal Curupira Marabá