O MDB de Tucuruí oficializou sua candidatura própria para a eleição suplementar marcada para 3 de agosto de 2025, indicando Claudinha Gonçalves e José Vieira para disputar os cargos de prefeita e vice. O ato de lançamento reuniu nomes do antigo grupo que governou a cidade nos últimos anos, incluindo o ex-prefeito Alexandre Siqueira, afastado recentemente por decisão judicial, além da deputada federal Andreia Siqueira. A chapa é a tentativa do partido de manter o controle do executivo municipal, mesmo diante do desgaste político e das denúncias que cercam a gestão anterior.
A escolha de Claudinha, até então vice-prefeita eleita em 2024, substituiu a deputada Andreia Siqueira, esposa de Alexandre Siqueira, que teve o registro de candidatura indeferido para a disputa, devido à vinculação direta com o ex-prefeito cassado. O nome de Claudinha foi imposto como opção de fachada para dar algum verniz de renovação, enquanto o verdadeiro comando da prefeitura, caso a chapa vença, deverá continuar nas mãos do ex-prefeito, que já demonstrou claramente sua intenção de permanecer no poder, mesmo após o afastamento judicial.
O desgaste do grupo Siqueira é evidente. Alexandre não se limitou a perder o cargo: denúncias públicas revelaram tentativas de coação contra o prefeito interino, Jairo Holanda, e o presidente da Câmara, vereador Dodô, buscando acesso aos recursos municipais por meio dos chamados “tokens” – mecanismo que permite movimentar contas da prefeitura. Essa postura evidencia o padrão de descontrole e desrespeito à gestão pública que marcou o período sob sua influência, situação que a população parece ter percebido, já que a candidatura da continuidade enfrenta forte rejeição.
Na prática, a chapa do MDB representa a perpetuação de um ciclo político desgastado, marcado por abusos de poder econômico, cassação e conflitos internos. O eleitorado, ciente do histórico recente, deve optar pela mudança, como indicam as preferências por outras candidaturas, como a de Eliane Lima, que em 2020 quase venceu a disputa contra Siqueira, perdendo por uma margem mínima de 16 votos em meio a denúncias de irregularidades eleitorais. Tucuruí tem agora a chance de romper com velhas práticas e exigir uma gestão pública realmente comprometida com o interesse coletivo, em vez de meramente continuar servindo aos interesses de um grupo político desgastado e tóxico.