Até Marcos Andrade, aliado do prefeito, critica mudança da Defesa Civil em Marabá

10 set

A decisão da gestão do prefeito Toni Cunha (PL) de retirar a Defesa Civil Municipal de sua sede própria, na Velha Marabá, gerou críticas dentro e fora da Câmara Municipal, incluindo vereadores da base aliada. O órgão, responsável pelo atendimento às famílias atingidas pelas enchentes anuais dos rios Tocantins e Itacaiúnas, será transferido para o prédio do DMTU, na Nova Marabá, local já alvo de reclamações sobre infraestrutura.

O imóvel que passará a abrigar a Defesa Civil carece de condições mínimas de funcionamento: não possui acessibilidade adequada, nem vagas para viaturas e veículos oficiais, o que compromete a operacionalidade das equipes. Além disso, o espaço será compartilhado com outros órgãos subordinados à Secretaria de Segurança Institucional, medida considerada retrocesso administrativo.

Mesmo parlamentares aliados da gestão manifestaram preocupação. O vereador Marcos Andrade (PSD), ex-diretor da Defesa Civil e atualmente integrante da base de Toni Cunha, criticou a mudança, destacando que a transferência prejudica o atendimento direto às comunidades ribeirinhas. A vereadora Vanda Américo (União) e o presidente da Câmara, Ilker Moraes (MDB), também se posicionaram contrários à realocação, reforçando o caráter estratégico da sede original.

Nos bastidores, cresce a leitura de que a decisão pode favorecer interesses particulares, como contratos de aluguel que beneficiariam aliados políticos e empresários próximos à gestão. A proposta de instalar um novo Centro Administrativo nas torres acima do Partage Marabá, com aluguéis milionários, intensifica os questionamentos sobre prioridades da Prefeitura e a acessibilidade da população aos serviços públicos.