PF desarticula esquema de grilagem no Pará que usava jargão “passar batom” para fraudar documentos

16 jul

O relatório final da Polícia Federal sobre a Operação Imperium Fictum revela o uso da expressão “passar batom” como código entre os integrantes de um grupo investigado por grilagem de terras da União no Pará. Segundo a PF, o termo era utilizado para se referir à falsificação de documentos com o objetivo de dar aparência de legalidade a propriedades irregulares, que depois eram usadas para obtenção de crédito rural milionário.

Debs Antônio Rosa, fazendeiro condenado por homicídio e conhecido por promover festas em suas fazendas com shows sertanejos, foi apontado como líder do esquema. Ele teria utilizado documentos falsos do Incra e contado com apoio de cartórios e servidores públicos. O delegado Thiago Miranda informou que as fraudes envolviam escrituras forjadas e registros falsificados, resultando em prejuízo estimado de R$ 600 milhões.

Entre os indiciados pela PF, estão a ex-mulher, o ex-sogro, o ex-cunhado e funcionários de Debs. As investigações duraram mais de um ano e meio e resultaram no bloqueio de bens e sequestro de fazendas em Vitória do Xingu e Senador José Porfírio. Mandados foram cumpridos em nove estados. A operação foi autorizada pela Justiça Federal do Pará.

Figura recorrente em disputas agrárias no sudoeste do estado, Debs já havia sido condenado em 2015 como mandante da execução de um trabalhador rural em Anapu. Mesmo com esse histórico, ele mantinha influência no agronegócio regional, recebendo apoio de políticos e expondo sua produção nas redes sociais até ser novamente preso pela PF, desta vez por liderar uma suposta organização criminosa com ramificações nacionais. (Com Estado do Pará On-line)

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