Lideranças femininas de Marabá ignoram violência contra mulher em grupo de bairro

17 set

A liderança comunitária Ivaneide Cunha Nunes de Carvalho registrou ocorrência na Delegacia da Mulher em Marabá relatando agressões verbais e ameaças que começaram em um grupo de WhatsApp voltado a debates políticos. Segundo Ivaneide, as ofensas evoluíram para ataques presenciais, quando um dos participantes do grupo, identificado como Franci Oliveira, foi até sua residência e a insultou com palavras ofensivas, provocando-a a sair de casa. As agressões só cessaram quando Ivaneide ameaçou chamar a Polícia Militar.

O grupo é administrado pela liderança Vera da Paz, que, segundo a vítima, não tomou nenhuma providência para conter os agressores ou impedir a escalada das ameaças. Ivaneide relata que a administradora só teria reagido ao saber que um grupo de mulheres estava na porta da delegacia para registrar ocorrência, evidenciando a inércia diante de um ambiente virtual marcado por hostilidade e violência.

Após o episódio, Ivaneide buscou apoio de diversas lideranças femininas da cidade, incluindo a professora Claudia Cilene — conhecida como Claudinha 15000 e servidora da Procuradoria da Mulher da Câmara Municipal de Marabá —, a presidente do Comdim, Luana Bastos, o Grupo de Mulheres Margaridas, o Grupo Arco-Íris da Justiça, entre outros, mas não obteve qualquer suporte, orientação ou encaminhamento. Nenhuma das lideranças procuradas tomou medidas para proteger a vítima ou frear o clima de acirramento no grupo.

A situação expõe a combinação de violência online e presencial contra mulheres e a omissão de quem, teoricamente, deveria oferecer proteção e respaldo. Ivaneide e outras lideranças afetadas aguardam providências da Delegacia da Mulher, que investiga as agressões e poderá apurar responsabilidades também sobre a inação de administradores e lideranças femininas envolvidas.