A vereadora Maquivalda Barros (PDT), de Parauapebas, tem feito oposição barulhenta ao prefeito Aurélio Goiano, cuja gestão ostenta altos índices de aprovação. Apesar do tom moralista, o histórico da parlamentar e seus vínculos políticos levantam dúvidas sobre a real motivação de suas denúncias.

Esposa do deputado estadual Ivanaldo Braz (PDT) e aliada do ex-prefeito Darci Lermen (MDB), Maquivalda integrou a gestão passada, marcada por escândalos e investigações. Em 2015, foi secretária de Habitação na gestão Valmir, e anos depois acabou condenada por improbidade administrativa em um contrato suspeitíssimo de mais de R$ 5 milhões para obras de esgoto que nunca foram concluídas.
A Justiça determinou que ela devolvesse mais de R$ 3,3 milhões aos cofres públicos, teve os direitos políticos suspensos por 14 anos e foi proibida de contratar com o poder público. O Ministério Público apontou superfaturamento, simulações e favorecimento à empresa vencedora da licitação.
Mesmo com esse histórico, Maquivalda agora tenta se apresentar como fiscal do dinheiro público. Suas acusações carecem de provas e ganham espaço quase exclusivamente em suas redes sociais. Informações divulgadas pelo site Gazeta Carajás indicam ainda que ela e Ivanaldo Braz são alvos de novas investigações por suspeita de participação em esquemas milionários da gestão anterior.
Diante dos fatos, a pergunta é inevitável: por que Maquivalda, silenciosa diante dos abusos do passado, hoje posa de guardiã da moralidade? Sua atuação soa menos como fiscalização e mais como estratégia para desviar o foco do próprio passado. Afinal, quem tem telhado de vidro não deveria atirar pedras. Uma lição bíblica.