A prefeita Josemira Gadelha (MDB), de Canaã dos Carajás, voltou a ser alvo de críticas após autorizar a abertura de um pregão presencial que visa a terceirizar mil vagas na educação básica municipal. O edital, já disponível no site do Tribunal de Contas dos Municípios do Pará, prevê a contratação indireta de 630 profissionais de apoio escolar, 220 mediadores de aprendizagem e 150 monitores educacionais — todos sob regime celetista, contratados por empresa privada.

A medida é vista por especialistas e candidatos como uma tentativa de burlar o concurso público e perpetuar vínculos precários dentro da administração municipal. Em 2024, a Prefeitura havia terceirizado 457 profissionais para as mesmas funções. Agora, o número mais que dobrou, representando um crescimento de 118% nas contratações indiretas.
A decisão da prefeita ocorre no mesmo momento em que um concurso público está em andamento no município, mas sem previsão de cadastro reserva — critério retirado do edital, segundo denúncias, por exigência direta da gestora. Candidatos aprovados e integrantes de movimentos sociais têm questionado a ausência de transparência e a priorização de vínculos temporários em detrimento do ingresso por mérito e estabilidade.
Apesar da repercussão negativa, Josemira Gadelha permanece em silêncio sobre o assunto. Já a Secretaria Municipal de Educação (Semed) defende a terceirização como uma medida necessária para garantir atendimento a alunos com deficiências e dificuldades de aprendizagem, argumento que não convenceu representantes da sociedade civil, que veem na manobra a manutenção de um sistema paralelo de contratações.
📄 O edital está disponível no TCM-PA: Acesse aqui.