O Centro de Testagem e Acolhimento (CTA) de Marabá será entregue à população somente agora, quase um ano depois do início da gestão de Toni Cunha (PL). Embora a administração anterior não tenha inaugurado oficialmente o espaço, deixou a obra 98% concluída, restando apenas serviços finais de acabamento e a transferência do mobiliário para que o equipamento começasse a funcionar. Mesmo assim, a atual gestão manteve o prédio fechado por todo o ano de 2025.
A estrutura foi recebida praticamente pronta no encerramento do mandato de Tião Miranda, que havia encaminhado a obra até sua fase final. O que faltava — pintura, ajustes internos e organização do espaço — não exigia processos licitatórios complexos nem dependia de repasses extraordinários. Ainda assim, a gestão Toni Cunha levou quase doze meses para concluir etapas consideradas simples por técnicos da saúde. O atraso esvaziou a oferta de serviços essenciais, especialmente em um equipamento destinado ao atendimento de testagem, prevenção e acompanhamento de doenças que exigem resposta pública permanente.
Durante esse período de paralisação, a Prefeitura não apresentou justificativas consistentes para a demora, ao mesmo tempo em que demonstrou pouca disposição para priorizar ações estruturantes na saúde municipal. Enquanto o CTA permanecia fechado e o município enfrentava dificuldades crônicas de atendimento, o núcleo político do governo concentrou agendas em viagens recorrentes a Brasília, Belém, Rio de Janeiro e São Paulo. Apesar de custarem aos cofres públicos, essas viagens não geraram novos convênios, não asseguraram recursos relevantes e não resultaram em projetos que impactassem positivamente o município. Na prática, o retorno institucional dessas agendas é nulo.
As críticas se ampliam ao observar que integrantes do primeiro escalão, incluindo o prefeito Toni Cunha, o secretário-adjunto de Saúde Afonso Cunha e o controlador-geral do município, Wilson Xavier, aparecem repetidamente nessas viagens oficiais. Servidores e entidades civis classificam esse comportamento como falta de prioridade administrativa e descompromisso com áreas sensíveis, já que problemas estruturais da saúde seguem sem solução, enquanto o alto escalão se desloca com frequência e sem resultados concretos.
Para se ter uma ideia da falta de prioridade e respeito ao dinheiro público protagonizados por essa (des)gestão, o ex-prefeito Tião Miranda e os integrantes do primeiro escalão do governo passado realizaram apenas quatro viagens oficiais em oito anos de governo, conforme levantamento realizado pelo Portal Curupira Marabá junto ao Portal da Transparência Municipal.

Na medida do descontrole em que se encontra o atual governo - ou melhor, organização criminosa - Toni Cunha e seus familiares deixarão o poder em 2028 com os bolsos abarrotados do dinheiro suado do povo marabaense. O saque aos cofres públicos realizado pelas empresas da família de Toni Cunha ao longo desses quatro anos poderá chegar à cifra dos bilhões de reais.
A iminente inauguração do CTA expõe, portanto, um contraste evidente. A gestão anterior deixou quase tudo pronto. A atual levou um ano para finalizar tarefas que poderiam ter sido resolvidas ainda nos primeiros meses de governo. O debate agora se volta para o uso dos recursos públicos e para a necessidade urgente de fiscalização rigorosa. Com o orçamento municipal previsto para 2026 chegando a R$ 2,2 bilhões, cresce a cobrança para que órgãos de controle — como Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal e Tribunal de Contas dos Municípios do Pará — examinem com profundidade a condução da administração, a execução do orçamento e a real efetividade das ações do governo municipal, de forma a não permitir o saque dos cofres públicos de Marabá.