Marabá voltará a acompanhar um julgamento de grande repercussão com a realização do júri popular de Sara Nunes, acusada pela morte de Ana Beatriz Machado. O caso, registrado em janeiro de 2024, retorna ao Fórum local quase dois anos depois do crime e mobiliza familiares, autoridades e a comunidade que acompanha o processo desde a fase inicial.
O julgamento está marcado para o dia 4 de dezembro de 2025. Caberá aos jurados analisar as acusações apresentadas pelo Ministério Público, que aponta Sara como autora de homicídio qualificado contra Ana Machado. O crime ocorreu durante uma briga entre adolescentes, na madrugada de 7 de janeiro de 2024, episódio que também deixou outra vítima ferida: David, atingido ao tentar separar o conflito.

Segundo a denúncia, Sara Nunes não apenas teria sido responsável pelos golpes que provocaram a morte de Ana Beatriz, como também tentou apagar conversas mantidas com a vítima horas antes do crime, ato que resultou na imputação de fraude processual. O ataque contra David acrescentou ao processo a acusação de lesão corporal qualificada, reforçando a gravidade do caso levado a julgamento.
O processo passou por adiamentos ao longo de 2024 e 2025, incluindo a sessão inicialmente marcada para maio deste ano, que não ocorreu por ausência da defesa da ré. A família de Ana Machado acompanhou cada etapa do trâmite judicial e aguarda o julgamento como um marco de encerramento de um período prolongado de espera por respostas.
Para os familiares, o júri representa a oportunidade de apresentar ao conselho de sentença a dimensão do impacto causado pela morte de Ana Machado. Eles afirmam confiar no trabalho da Justiça e esperam que o caso seja avaliado com rigor pelos jurados, diante das circunstâncias que envolveram o crime e das acusações que compõem o processo.
O julgamento ocorre em meio a uma série de debates na sociedade marabaense sobre violência entre jovens e a capacidade das instituições de responder de forma eficiente a crimes desse tipo. A condução do júri deve novamente atrair atenção pública, assim como ocorreu em outros processos recentes de grande repercussão na cidade.
A sessão será transmitida ao vivo pelo Tribunal de Justiça do Pará, permitindo que moradores de Marabá e de outras regiões do Estado acompanhem a análise do caso em tempo real. A expectativa é de que o julgamento se estenda ao longo do dia, com interrogatórios, depoimentos e debates entre acusação e defesa antes da decisão final dos jurados.