A nomeação do novo secretário de Indústria e Comércio de Marabá, publicada discretamente no Diário Oficial, expôs um movimento que vinha sendo articulado nos bastidores e que chegou a ser anunciado pelo jornalista Vinícius Soares. Sem anúncio oficial nas redes sociais e sem a tradicional defesa do perfil “técnico” do escolhido, a Prefeitura preferiu o silêncio.

Desta vez, o posto estratégico para o desenvolvimento econômico do município não foi ocupado por um profissional de reconhecida atuação no setor. O indicado, sem histórico ligado à indústria, ao comércio ou à mineração, tem formação em arquitetura e chegou ao cargo por indicação política, não por competência técnica.

A articulação tem origem no gabinete do vereador Pacheco, apontado como responsável direto pela escolha do novo titular. O acordo é interpretado como contrapartida ao arquivamento do processo de cassação do prefeito Toni Cunha, revelando a troca de apoio político por cargos estratégicos.
Para a população, o resultado é um cargo de mais de R$ 17 mil entregue como moeda de negociação, enquanto políticas públicas essenciais ficam em segundo plano. A promessa inicial de uma gestão baseada em critérios técnicos e compromisso com o interesse público cede espaço a acordos de bastidores que fragilizam a confiança no governo municipal.