Professores encerram greve, mas será que Toni Cunha vai cumprir a palavra?

5 maio

A paralisação dos professores da rede municipal de ensino de Marabá chegou ao fim na noite desta segunda-feira (5), após decisão judicial que considerou a greve ilegal. A categoria, reunida em assembleia convocada pelo Sintepp local, decidiu acatar a liminar do Tribunal de Justiça do Estado do Pará e suspender o movimento paredista, iniciado como forma de pressionar o governo municipal a cumprir o pagamento integral do piso nacional do magistério, além do reajuste no vale-alimentação.

A suspensão do movimento não encerra o impasse com o governo municipal, que agora precisa apresentar uma proposta concreta e imediata para recomposição das perdas salariais da categoria. Durante a campanha eleitoral, Toni Cunha afirmou publicamente que “piso não se discute, se paga”. A cobrança agora é para que essa promessa seja cumprida com clareza, sem subterfúgios ou postergações. Os professores aguardam o anúncio de reajuste salarial prometido para esta terça-feira (6), como condição atrelada ao retorno integral às salas de aula.

A gestão municipal divulgou nota em tom institucional, destacando o “compromisso com o diálogo” e pedindo “responsabilidade” ao sindicato nas futuras mobilizações. No entanto, não apresentou até agora números claros sobre o índice de reajuste nem sobre a atualização dos valores do auxílio-alimentação, que permanecem defasados frente ao custo de vida local. A retórica de valorização dos professores não se sustenta diante de uma realidade em que direitos legalmente garantidos ainda dependem de pressão popular e judicial para serem sequer discutidos.

O fim da greve, determinado pelo desembargador Leonardo de Noronha Tavares, incluiu multa diária em caso de descumprimento por parte do Sintepp Marabá. Com a medida cumprida pela categoria, a responsabilidade recai inteiramente sobre o chefe do Executivo municipal. Toni Cunha precisa demonstrar que sua palavra tem valor e que está à altura do cargo que ocupa, honrando seus compromissos com os profissionais que sustentam a educação pública no município. Mais do que discursos e comunicados, os professores esperam atitudes concretas.

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