Precariedade e abandono marcam situação da saúde pública em Marabá

14 maio

A saúde pública de Marabá vive um colapso sem precedentes. Em meio a uma gestão marcada por promessas não cumpridas e falta de transparência, cenas que deveriam chocar qualquer gestor público tornaram-se corriqueiras. Nesta semana, uma paciente foi transportada na carroceria de uma caminhonete até o Hospital Municipal de Marabá (HMM), evidenciando o completo abandono da rede de urgência e emergência na cidade — uma cidade que movimenta bilhões em arrecadação, mas é incapaz de garantir o básico: uma ambulância.

Na quarta-feira (14), a equipe do CORREIO esteve no HMM e encontrou mais sinais do aprofundamento da crise. Raimundo de Souza, diagnosticado com problemas no fígado, está há dois dias em uma cadeira plástica por falta de leito. Sem previsão de internação em condições mínimas, ele permanece improvisadamente no setor de emergência, onde o improviso virou regra.

Outro caso é o de Gabriel Cardoso, acidentado em uma moto na segunda-feira (12), que aguarda cirurgia desde então. Acompanhado pela esposa, Adeli Silva, ele permanece sem atendimento adequado. “É humilhante”, resume Adeli, descrevendo o cenário de abandono enfrentado por pacientes e familiares.

Joarisson Ferreira, por sua vez, acompanha o pai diabético, internado há mais de dois meses no mesmo hospital. “Tem pessoas deitadas no corredor. Não tem cadeira de rodas. Só uma cadeira de banho para todo o hospital”, denuncia. Relatos como esses se repetem entre quem frequenta o HMM, expondo uma rede pública de saúde em frangalhos.

A omissão do poder público municipal diante dessa realidade agrava ainda mais a crise. Procurada para se manifestar sobre os fatos, a Prefeitura de Marabá, sob gestão de Toni Cunha, optou pelo silêncio — atitude recorrente diante de denúncias de má gestão e precarização de serviços essenciais.

Enquanto isso, a população paga com sofrimento, humilhação e risco de morte pelo abandono de uma das áreas mais sensíveis da administração pública. Com Correio de Carajás

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