Mais uma cena de descaso da Prefeitura de Marabá escancarou a falta de respeito com quem rala de verdade para colocar comida na mesa do povo. Na manhã desta sexta-feira (2), os feirantes da tradicional Feirinha da 7 de Junho, que há mais de 15 anos sustentam a economia local com produtos frescos vindos direto do campo, foram deixados literalmente no sol quente, sem nenhuma estrutura montada pela gestão Toni Cunha.

Os trabalhadores rurais chegaram cedo, por volta das 10h, com as carrocerias cheias de frutas, legumes e verduras — tudo perecível. Mas a surpresa foi amarga: nada de tendas, nada de apoio, só o calor escaldante e a indiferença do poder público. Foi preciso denunciar à imprensa para que, só por volta das 15h30, a prefeitura finalmente resolvesse mandar armar as barracas. Até lá, banana queimando no sol, suor escorrendo, e a dignidade sendo deixada de lado.
Diana Borges, feirante da Vila Sororó, não escondeu a frustração. “Votei nesse prefeito achando que ele ia melhorar as coisas pra gente. Mas foi só promessa. Tá fazendo foi piorar”, disparou. E não foi só ela que sentiu o baque.
Ziane Coelho Silva, outra guerreira da feira, soltou o verbo: “Prefeito, nós somos gente! Assim como o senhor precisou do nosso voto, agora é a gente que precisa do seu respeito. Não trate a gente como bicho, não”.
Além da negligência com as tendas, os feirantes também denunciaram a situação precária da casa de apoio cedida pela prefeitura, que mais parece um cenário de filme de terror. Rato morto, sujeira por todo lado, mau cheiro. Dona Neuza Coelho desabafou: “É podre! A gente só entra porque é obrigado mesmo. Cadê o prefeito que não vê isso?”
Sebastião Rodrigues, morador do PA Talismã, também criticou o prefeito Toni Cunha por não cumprir os acordos feitos com os colonos. “A gente já gasta com frete, passagem, comida. Agora querem que a gente banque tenda também? Acorda, prefeito! Ninguém aqui tá pedindo favor, a gente tá trabalhando, só quer dignidade”.
Enquanto isso, a Prefeitura de Marabá — como de costume — ficou calada. Nenhuma nota, nenhum pedido de desculpa, nenhum plano de solução. E a pergunta que fica é: até quando o povo trabalhador vai ser tratado como invisível por um governo que só aparece em época de eleição?
Se o prefeito Toni Cunha quer continuar no cargo, é bom começar a olhar para o povo que lá o colocou. Porque prometer é fácil, e é só o que Toni tem feito. Difícil é aguentar o sol rachando sem nenhuma providência.