A Câmara Municipal de Marabá mais uma vez desperta a indignação da população com seus gastos questionáveis. Desta vez, o alvo das críticas é o Contrato nº 40/2025, assinado sob a presidência da Casa Legislativa, que prevê o fornecimento de aparelhos de telefonia celular no valor de R$ 82.222,20.
O contrato, firmado com a empresa J C Martins LTDA (CNPJ 19.438.974/0001-80), tem vigência de um ano — de 04 de agosto de 2025 a 04 de agosto de 2026 — e foi licitado na modalidade de Pregão – Registro de Preço. O objeto é claro: a compra de celulares “para atender às necessidades da Câmara Municipal de Marabá/PA”.
Mas a pergunta que não quer calar é: quais necessidades são essas que justificam mais de oitenta mil reais em telefones?
Em um município onde boa parte da população enfrenta dificuldades com saúde, transporte e infraestrutura básica, a compra de celulares caros soa como um escárnio. Em vez de priorizar o atendimento à comunidade e o fortalecimento da transparência, o Legislativo marabaense opta por investir em equipamentos de uso restrito aos gabinetes.
É importante lembrar que os vereadores já recebem verbas de gabinete e auxílio tecnológico suficientes para exercer suas funções. A aquisição de novos aparelhos, portanto, parece mais um capricho administrativo do que uma real necessidade pública.
O contrato, fiscalizado por Jorge Antônio Brasil, não especifica modelos ou quantidades dos aparelhos, o que levanta ainda mais suspeitas sobre a proporcionalidade dos valores. Seriam smartphones de última geração para uso pessoal dos parlamentares e assessores?
A população de Marabá merece transparência e respeito. Cada centavo gasto pela Câmara vem do bolso do contribuinte, que paga seus impostos esperando retorno em políticas públicas, não em gadgets de luxo.
Enquanto isso, escolas enfrentam falta de estrutura, postos de saúde lutam com a escassez de medicamentos e servidores públicos sofrem com a defasagem salarial. E a Câmara, sob o comando de sua presidência, decide que a prioridade é… celulares novos.
Marabá precisa de vereadores conectados com os problemas reais da cidade — não apenas com seus novos aparelhos de última geração.