Superfaturamento? Marabá pagará três vezes mais por show gospel do que municípios vizinhos

31 mar

A Prefeitura de Marabá contratou a banda gospel Som e Louvor por R$ 160 mil para as comemorações dos 112 anos do município, um valor três vezes maior do que o pago por cidades vizinhas pelo mesmo show. Em Nova Ipixuna, a banda se apresentou no aniversário da cidade em 2022 por R$ 50 mil, enquanto em São Miguel do Guamá, o mesmo grupo foi contratado para a Marcha para Jesus 2023 por R$ 80 mil, metade do valor acertado pela gestão marabaense.

Os altos valores também aparecem na contratação do cantor Nattan, que se apresentará por R$ 700 mil. Para comparação, a Prefeitura de Cametá pagou R$ 350 mil pelo mesmo artista no Carnaval de 2023.

Diante dessas cifras acima da média, o Ministério Público do Pará (MPPA) ingressou com um pedido na Justiça para suspender os shows. A promotora Aline Tavares, responsável pela solicitação, questiona a legalidade e a razoabilidade dos gastos diante das prioridades financeiras do município.

A polêmica contrasta com as promessas do prefeito municipal durante a campanha eleitoral. Gozando da fama de “homem mais honesto da cidade”, ele se apresentou como arauto da moralidade política de Marabá, prometendo que não roubaria e nem deixaria roubar em sua gestão. Agora, com os contratos milionários para os eventos do aniversário da cidade sob suspeita, a administração municipal se vê diante de um novo teste para a coerência de seu discurso.

O caso segue em análise pelo Tribunal de Contas e pela Justiça, podendo resultar no cancelamento dos shows caso as contratações não sejam devidamente justificadas.

Clique aqui para voltar