Sem apoio político, Toni Cunha muda de tom e busca aliança com o PT para manter governo de pé

13 abr

O prefeito de Marabá, Toni Cunha (PL), parece ter sentido o peso do isolamento político nestes primeiros 100 dias de mandato. Depois de uma sequência de brigas, acusações e falas polêmicas contra aliados e adversários, ele agora tenta um movimento inesperado: se aproximar do Partido dos Trabalhadores (PT), que ele mesmo criticava abertamente até outro dia.

A reviravolta veio à tona com o vazamento de uma foto, no sábado (12), onde Toni aparece em uma reunião com figuras conhecidas do PT no Pará, como o ex-senador Paulo Rocha, a deputada Maria do Carmo, o reitor da Unifesspa, Francisco Ribeiro, além de seu sogro e secretário de Obras, Ítalo Ipojucan, usando camiseta vermelha, e o vice-prefeito Tatagiba.

A imagem causou forte repercussão, principalmente entre seus apoiadores bolsonaristas, que não esconderam a decepção. Toni usou as redes para rebater as críticas e justificar a aproximação: “O povo de Marabá estará sempre acima das divergências partidárias. Quem trouxer benefícios será bem-vindo, de qualquer partido”, escreveu. Ainda assim, fez questão de reafirmar sua ligação com o PL e Bolsonaro: “Continuo PL 22 e sigo com Jair Messias Bolsonaro nas eleições”.

Toni Cunha se elegeu em 2024 usando fortemente a imagem de Bolsonaro e um discurso alinhado à direita. Mas desde que assumiu, tem protagonizado atritos com vereadores — inclusive da própria base — e acusações contra seu ex-padrinho político, o ex-prefeito Tião Miranda (PSD). Também já disparou críticas ao governador Helder Barbalho (MDB), ao presidente da Câmara, Ilker Moraes (MDB), e a diversas lideranças políticas do estado.

Com a ponte quebrada com o MDB e sem apoio concreto no Congresso ou no governo estadual, o prefeito agora corre para garantir sustentação política. E o caminho escolhido foi justamente o que ele mais rejeitava: sentar com o PT.

A pergunta que fica no ar é: será que o eleitor que acreditou no discurso bolsonarista de Toni vai engolir essa nova aliança? Ou a busca por apoio vai custar caro politicamente?

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