Nesta terça-feira (12/12), a sessão da Câmara Municipal foi agitada, com o debate em torno do novo empréstimo milionário contraído pelo prefeito Sebastião Miranda (PSD), destinado à contratação de empreiteiras para execução de obras de infraestrutura para o município. Com direito a debate sobre as prioridades da gestão, entre Márcio do São Félix e Aerton da Morada Nova, um defendendo mais investimentos na saúde e outro querendo mais asfalto, além do retorno repentino de Vanda Américo à Câmara para votar no projeto do prefeito, a maioria dos vereadores é favorável ao novo aporte, que custará aos cofres do município mais de 69 milhões de reais.
O Portal Correio de Carajás publicou esta semana um levantamento que mostra que Sebastião Miranda deve entrar para a história como o prefeito que contraiu os maiores empréstimos e mais endividou a Prefeitura. O novo empréstimo chega menos de sete meses depois de Tião ter feito outro empréstimo de R$ 70 milhões. Ou seja, caso esse novo empréstimo aconteça, Marabá terá contraído uma dívida de R$ 110 milhões em menos de um ano.
Na área de educação, as cobranças de educadores também são gigantes em relação ao prefeito Tião Miranda. Na última semana, quando o Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores da Educação Pública do Pará) completou 40 anos, a direção da entidade afirmou que o encerramento do governo de Tião Miranda está empilhando muitos problemas para a categoria. “Temos mais de 10 mil servidores sem reajuste de salários, temos o piso dos professores defasado, com cerca de 2 mil reais, fora o retroativo. Esse governo vem deixando dívida. Temos mais de R$ 170 milhões, em um volume de ação na justiça”, declarou a coordenadora local do Sintepp, Joyce Rebelo.
Com essa dívida com os educadores, Tião deve deixar um rombo que beira R$ 300 milhões.
Badeco sob o cabresto de Vanda?
Chama atenção de quem acompanha o noticiário político local a forma como o partido Cidadania gerencia a única vaga da legenda na Câmara Municipal de Marabá. Eleita para ser a vereadora titular, Vanda Américo se licenciou ainda no primeiro ano de mandato para reassumir a presidência da Fundação Casa da Cultura de Marabá. Segundo algumas fontes, isso ocorreu porque ela não confiava a gestão da instituição ao presidente interino, Marlon Prado, pupilo do ex-presidente, Nóe Von Atzg.
Na sessão de hoje, a vereadora com mais mandatos da história de Marabá surpreendeu com seu retorno repentino ao mandato que vinha sendo ocupado por Badeco. Ela usou a tribuna da Câmara e justificou o retorno, argumentando que precisa destinar emendas parlamentares a que os vereadores têm direito para instituições e parceiros políticos ligados a ela, e que nestes três anos, Badeco destinava apenas para seu pessoal.
Não ficou claro se ela retornará à presidência da FCCM, ou se assumiu o mandato apenas para votar no projeto de empréstimo do prefeito e destinar emendas, mas fica clara a relação, no mínimo, servil do mandato legislativo a serviço de interesses do poder executivo, e Badeco fica em uma situação delicada sob sua base de apoio.
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