A arrecadação da Prefeitura de Marabá nunca foi tão alta. Nos primeiros dois meses de 2025, os cofres municipais receberam R$ 293,68 milhões em receita líquida, uma média de quase R$ 5 milhões por dia. Um crescimento de 12,1% em relação ao mesmo período do ano passado. Mas, na prática, os marabaenses continuam enfrentando dificuldades nos serviços públicos essenciais, como saúde e transporte.

Os números da arrecadação constam no balanço oficial da prefeitura, enviado aos órgãos de controle externo. O desempenho financeiro coloca Marabá como a prefeitura que mais enriqueceu proporcionalmente no sudeste do Pará. Enquanto isso, a realidade das ruas mostra um contraste evidente entre os cofres cheios e a qualidade de vida da população.

Dinheiro não falta, mas falta gestão

A arrecadação bilionária não tem se traduzido em melhorias perceptíveis. No transporte público, as reclamações se acumulam: ônibus sucateados, horários irregulares e frota insuficiente para atender a demanda da população. Na saúde, a situação não é diferente. Falta de médicos, exames demorados e unidades de atendimento superlotadas são queixas constantes dos moradores.

Se o município arrecada tanto, por que esses problemas ainda persistem? O que está sendo feito com essa fortuna que entra diariamente nos cofres da prefeitura?

Prefeito nas redes, população no sufoco

Enquanto os problemas se acumulam, a gestão de Toni Cunha tem se destacado mais pela presença intensa nas redes sociais do que por ações concretas para resolver as deficiências dos serviços públicos. O prefeito, que diariamente despacha pelo Instagram, parece mais preocupado em criar conteúdo digital do que enfrentar as demandas urgentes da cidade.

A arrecadação anualizada já ultrapassou R$ 1,5 bilhão, e as projeções apontam que Marabá pode fechar 2025 com mais de R$ 1,7 bilhão em caixa. Dinheiro para melhorar a vida da população existe. O que falta é compromisso para garantir que esses recursos sejam revertidos em benefícios reais.

Receita de Marabá

• Janeiro de 2025 — R$ 156.539.174,49

• Janeiro de 2024 — R$ 134.652.770,56

• Fevereiro de 2025 — R$ 137.140.628,60

• Fevereiro de 2024 — R$ 127.341.185,26

• 1º bimestre de 2025 — R$ 293.679.803,09

• 1º bimestre de 2024 — R$ 261.993.955,82

• 12 meses até fevereiro de 2025 — R$ 1.507.940.426,67

• 12 meses até fevereiro de 2024 — R$ 1.343.408.081,54