Mais dois bebês morrem no Hospital Materno Infantil de Marabá; cinco mortes em 18 dias marcam crise na saúde pública

18 jan

Na madrugada deste sábado (18), mais dois bebês perderam a vida no Hospital Materno Infantil de Marabá (HMI), elevando para cinco o número de óbitos envolvendo parturientes e recém-nascidos apenas nos primeiros 18 dias do ano. Os casos escancaram o descontrole da nova gestão municipal, que, apesar de discursos nas redes sociais, não conseguiu impedir que o hospital se tornasse um cenário de tragédias recorrentes.

Uma das mortes ocorreu na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) do hospital, vitimando o filho de uma adolescente de 17 anos, moradora da Folha 13. O bebê nasceu no dia 16 e faleceu na tarde de ontem (17). O segundo caso foi confirmado por fontes confiáveis do HMI, mas detalhes ainda estão sendo apurados.

Promessas sem ação

A situação no HMI reflete uma crise generalizada na saúde pública de Marabá. Enquanto promessas de melhorias seguem em discursos oficiais, pacientes continuam enfrentando condições precárias, incluindo relatos de atendimentos no chão no Hospital Municipal. No Materno Infantil, a recorrência de óbitos transformou o hospital em um lugar marcado pela dor e pela indignação das famílias.

A nova gestão municipal, que assumiu prometendo priorizar a saúde, tem se mostrado incapaz de reverter o cenário. A falta de respostas concretas para as mortes e as denúncias de negligência reforçam a percepção de uma administração que perdeu o controle de um dos setores mais sensíveis da cidade.

População pede justiça

A revolta popular cresce à medida que o número de vítimas aumenta. Famílias enlutadas exigem explicações e ações imediatas, enquanto a sociedade civil pressiona por uma intervenção de órgãos como o Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina.

Com cinco mortes registradas em menos de três semanas, o futuro da saúde pública de Marabá parece incerto. Enquanto isso, o luto e a indignação seguem sendo a realidade de quem busca atendimento em um sistema que falha em proteger suas vidas.

Versão da Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Marabá esclareceu as circunstâncias dos dois casos registrados no Hospital Materno Infantil. No primeiro, uma gestante de 17 anos deu à luz no dia 15/01, com o bebê nascendo em estado de anoxia e sendo imediatamente colocado em ventilação mecânica. A criança foi encaminhada para a Unidade de Cuidados Intermediários (UCI), mas, devido à falta de evolução no quadro clínico, foi solicitado o encaminhamento para o Hospital Regional no dia 16/01, sem sucesso. O óbito foi confirmado às 23h do dia 17/01.

No segundo caso, a gestante chegou ao HMI por procura direta, sem regulação prévia, vinda do município de Rondon do Pará. Segundo a prefeitura, um exame de ultrassom realizado no município de origem já indicava a ausência de sinais vitais do feto. A equipe do hospital constatou o diagnóstico e realizou uma cesariana de emergência para remoção do bebê.

A gestão destacou que os dois casos foram tratados com todos os recursos disponíveis e que permanece à disposição para colaborar com os esclarecimentos necessários.

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