PT Marabá convoca vigília de orações para tentar impulsionar nome de Dirceu Ten Caten à prefeito

O evento não será realizado em uma igreja evangélica ou em um salão paroquial católico; o local escolhido será um clube de festas, preferido pela alta sociedade, para formaturas e casamentos, na nobre Folha 32 da Nova Marabá, onde o aluguel do espaço não sai por menos de 20 mil reais.

21 fev

Com baixo desempenho nas pesquisas eleitorais “de consumo interno” sobre a opinião dos eleitores de Marabá em relação a quem poderiam votar para prefeito nas eleições deste ano, a pré-candidatura do Deputado Estadual Dirceu Ten Caten, do Partido dos Trabalhadores (PT), primeira a ser anunciada há cerca de um ano, vem enfrentando algumas dificuldades para “decolar” na opinião do marabaense. Nas últimas eleições, a maioria dos votos dos marabaenses foi para o campo político da direita, em detrimento da candidatura petista à presidência de Lula, que perdeu para Bolsonaro em Marabá.

Segundo a última pesquisa à qual o Portal teve acesso, encomendada pelo grupo do prefeito Tião Miranda, Dirceu não alcança nem 10% de preferência, aparecendo empatado tecnicamente com a pré-candidatura do vice-prefeito Luciano Dias, ambos na casa dos 7%. Alguns fatores podem estar contribuindo para que um nome tão promissor como o de Dirceu não esteja ganhando destaque, os quais podem ser elencados a seguir:

Dirceu não mora em Marabá e passou o Carnaval na Europa

Aqueles que realmente têm pretensões de disputar e ganhar a eleição para prefeito provavelmente não passariam a festa mais popular do ano fora de seu município, especialmente em pleno ano eleitoral, para viajar para a Hungria e o leste europeu, como fez Dirceu este ano.

Interferência dos pais na pré-campanha

Impedida pela justiça eleitoral, Bernadete lançou o filho a deputado em 2014.

É de conhecimento público para todos os que acompanham a política marabaense a má avaliação dos pais do deputado, sobretudo do pai, Luiz Carlos Pies, petista fervoroso. Quando ocupou interinamente a gestão da prefeitura de Marabá por 94 dias, travou uma guerra contra os professores da rede municipal, atrasou salários de servidores, deixou de pagar o vale alimentação e vale transporte, além de propor polêmicas como o fechamento de escolas para economizar no custeio da máquina.

Atualmente, Luiz Carlos assumiu a presidência do PT Marabá e a coordenação da pré-campanha estagnada do filho, já causando alguns tumultos, como no episódio em que convocou parte da categoria de moto-táxi e táxi-lotação para uma reunião, afirmando que o filho prefeito irá acabar com essas categorias em Marabá, pois a cidade contará com um excelente sistema de transporte público gratuito; além de pedir às lideranças a indicação de nomes para trabalhar na pré-campanha do filho, sob a promessa de serem os primeiros a ganharem vagas de emprego no futuro governo, etc.

Governo do PT foi o que mais atacou direitos dos trabalhadores em Marabá

O prefeito João Salame foi afastado do cargo em 6 de abril de 2016 devido ao atraso no pagamento da previdência.

Quando ele saiu, deixou a folha de pagamento de salários em dia. Ele já havia orientado a secretaria de Finanças da Prefeitura a começar a guardar dinheiro numa conta específica para pagar o 13º salário dos servidores.

Quando ele retornou em 8 de agosto, a folha de julho, no valor aproximado de 32 milhões de reais, não havia sido paga e encontrou na conta da prefeitura apenas 2 milhões de reais. Pior: nenhum centavo havia sido guardado para o pagamento do 13º. Ou seja, Salame tinha menos de 5 meses de mandato e 7 folhas para pagar. Ele, que havia pago 2 folhas em atraso do prefeito Maurino, quando assumiu, no final do seu mandato, tinha mais 2 folhas em atraso para pagar, que não eram por sua culpa. Com muito esforço, em pouco menos de 5 meses, conseguiu pagar 6 folhas (incluindo o 13º). Não conseguiu pagar dezembro. Uma herança deixada por Luiz Carlos, mas Salame foi quem recebeu a fama de mau pagador, mesmo depois de ter sido quem pagou os atrasados de Maurino e do seu vice.

Durante os 94 dias em que esteve à frente da prefeitura, Luiz Carlos atacou as conquistas dos servidores da educação e retirou cerca de 5 milhões de reais de seus salários.

Mas foi generoso com empresários. O caso mais escandaloso foi impedido por Salame. No final do período em que esteve à frente da gestão, LC fez um acordo envolvendo o rumoroso caso de desapropriação do km 07, supostamente propriedade do falecido empresário Valmir Matos Pereira.

No seu breve período como prefeito, Luiz Carlos celebrou o acordo, deixou tudo assinado, para pagar cerca de 16 milhões de reais, mas não contava com o retorno de Salame ao cargo. O prefeito retornou a tempo de impedir a negociata.

Dê-se a César o que é de César. Salame ficou com o desgaste dos salários atrasados e a falta de dinheiro para manter a limpeza da cidade como fazia nos meses anteriores, mas foi Luiz Carlos quem deixou a prefeitura com um rombo que a tornou ingovernável nos últimos meses da gestão.

Só Jesus Salva!

Agora, a mais nova ação do pai e coordenador da pré-campanha de Dirceu a prefeito é a realização de uma vigília de orações, intitulada “Paz e União pelo Bem Viver”, marcada para o próximo sábado (24), a partir das 22 horas. No entanto, o evento não será realizado em uma igreja evangélica ou em um salão paroquial católico; o local escolhido será um clube de festas, preferido pela alta sociedade, para formaturas e casamentos, na nobre Folha 32 da Nova Marabá, onde o aluguel do espaço não sai por menos de 20 mil reais.

A organização da vigília, conforme apurado pelo Portal, representa uma medida urgente da família de Dirceu para fortalecer a coesão interna do partido em Marabá, especialmente após atritos decorrentes da denúncia de assédio envolvendo o superintendente indicado pelo PT para o comando do Incra, Reginaldo Negreiros.

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