O 38º Festejo Junino de Marabá, repetindo o que vem ocorrendo nas últimas edições, foi marcado por uma interrupção no fornecimento de energia elétrica. Na noite do último sábado (21), parte da estrutura do evento ficou às escuras, enquanto apenas o palco montado na área da praça de alimentação continuou operando com o suporte de um gerador próprio, movido a combustível. O episódio ocorreu mesmo com a presença da Equatorial Pará como uma das patrocinadoras do festejo, evidenciando uma contradição entre a imagem pública da empresa e a qualidade do serviço que presta.

A Equatorial Pará, responsável pela distribuição de energia em todo o estado, vincula sua marca à realização da festa por meio de patrocínio viabilizado pela Lei Semear, que permite à empresa obter isenção fiscal de até 95% do valor investido. Ou seja, o financiamento da concessionária à festa não parte de recursos próprios, mas de valores que seriam, originalmente, destinados ao pagamento de tributos públicos — valores que pertencem à sociedade.

Ainda assim, mesmo como patrocinadora, a Equatorial não consegue sequer garantir o fornecimento regular de energia no evento que ajudou a promover. A falha técnica, registrada diante de milhares de pessoas, acabou evidenciando a recorrente instabilidade do serviço prestado pela concessionária, frequentemente alvo de reclamações em Marabá e em outras regiões do estado.

A presença da empresa em um evento tradicional, com investimento indireto de recursos públicos via renúncia fiscal, e a simultânea falha na entrega do serviço essencial ao qual está vinculada, levantam questionamentos sobre a legitimidade da atuação da concessionária. O episódio escancarou, diante do público, a distância entre o marketing institucional da Equatorial e a realidade vivida pela população paraense.

Até o fechamento desta matéria, a Equatorial Pará não se manifestou sobre a queda de energia registrada durante o Festejo Junino de Marabá. Reportagem Portal Curupira