Trabalhadores da área de epidemiologia da Secretaria Municipal de Saúde de Marabá denunciam que exercem suas funções em condições que consideram insustentáveis. Amostras de doenças graves, como meningite e Covid-19, são armazenadas na mesma sala em que os servidores atuam, expondo diretamente os profissionais ao risco de contaminação.

Relatos colhidos pela reportagem apontam que reclamações sobre o ambiente de trabalho foram encaminhadas diversas vezes à gestão municipal e ao secretário de saúde, mas nenhuma medida foi adotada. Servidores afirmam que lidam com equipamentos ultrapassados e sem suporte adequado, o que agrava a vulnerabilidade dentro do setor.

As críticas também atingem a política de gratificações. Enquanto a Vigilância Sanitária recebe 150% de bonificação e o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) 100%, a equipe de epidemiologia não recebe nenhum adicional, embora seja responsável por atividades centrais para a prevenção e controle de doenças.

Outro ponto de preocupação é o transporte das amostras para Belém. Antes, um técnico acompanhava o motorista no deslocamento, garantindo manuseio correto e segurança do material. Atualmente, apenas o motorista faz o trajeto, o que, segundo os trabalhadores, amplia os riscos de acidentes e falhas no acondicionamento, com possíveis reflexos na saúde pública.

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde de Marabá não apresentou resposta até a publicação desta matéria.