Com exclusividade, o Portal recebeu a informação, que a médica responsável pelo procedimento cirúrgico que resultou na morte da parturiente Tereza Bianca Nunes de Castro, de 23 anos, Dra. Rita de Cássia Vieira Coutinho Mendes, já havia sido denunciada por violência obstétrica, por outra grávida, em agosto do ano passado, quando a mesma precisou passar por um procedimento de indução do parto para expelir o natimorto.
Segundo a denunciante, a médica a atendeu com muita grosserias, além das unhas da mão estarem grandes na hora de realizar o toque, junto com o procedimento de indução. A mesma não atendeu o apelo da paciente para que aguardasse um pouco, até passar a contratação para realização da indução, e “empurrou a barriga por diversas vezes da paciente com fortes dores e além de tudo pediu para a paciente para não tocar nela”.
A mesma estava grávida de 22 semanas, após realizar uma ultrassom morfológica o médico observou que o seu bebê estava sem os batimentos cardíacos, imediatamente encaminhou para ir ao Hospital Materno Infantil.
Após 15 dias ter perdido seu filho foi ao médico particular para realizar um exame de trasnvaginal para verificar se estava tudo ok na sua parte pélvica, mas no momento do exame o médico detectou vários restos placentários e pediu a paciente que imediatamente retornasse ao hospital para realizar novo procedimento de curetagem com urgência, pois estava correndo risco de infecção.
No dia 04 de agosto de 2023, foi atendida pelo Dr. Fábio Farias, segundo a denunciante, bem mais atencioso e respeitoso, que a internou para novamente realizar o procedimento de curetagem, desta vez realizado com sucesso, e no dia seguinte teve alta, sendo que até agora esta se sentindo bem.
A denunciante, que por questões de segurança e temendo represarias, pediu reserva do nome, revelou ao Portal, que entregou ao Conselho de Saúde cópias dos prontuários de atendimentos para averiguação sobre o que a mesma passou e também cópia de seu depoimento no Conselho dos Direitos da Mulher (CONDIM). Ela também protocolou no Ministério Público Estadual, notícia de fato delituoso na administração pública, denunciando o caso. Atualmente, ela está passando por sessões de atendimento psicológico, pois têm constantes crises de ansiedade e insônia depois de tudo que passou.
O Portal procurou a médica para ouvi-la, através de contato telefônico, na manhã e tarde desta segunda-feira (29), mas a mesma respondeu através de sua secretária pessoal que não irá se manifestar e que fosse procurada a secretaria municipal de Saúde.
O corpo da jovem Tereza Bianca foi sepultado na tarde deste domingo (28), no Cemitério da Saudade, núcleo Nova Marabá, sob forte comoção da família, amigos e mulheres da Articulação Feminista de Marabá, que carregavam cartazes pedindo justiça para mais este trágico caso de violência obstétrica em Marabá.
A Secretaria Municipal de Saúde e a direção do Hospital Materno Infantil de Marabá emitiram uma nota em resposta às notícias, fornecendo detalhes sobre o atendimento à paciente Tereza Bianca e informando que estão conduzindo uma auditoria interna para esclarecer o caso, com a devida comunicação ao Ministério Público Estadual e ao Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará tão logo seja concluída.