Alunos passam mal por cheiro de tinta em obra que já dura mais de dois anos em escola no centro de Marabá

A empresa S&S Engenharia, que ganhou uma licitação milionária para reformar a EMEF Judith Gomes Leitão, enfrenta críticas por atrasos de mais de dois anos na obra. Salas de aula quentes, odor forte de tinta, qualidade duvidosa da pintura, árvores cortadas, móveis jogados e acúmulo de lixo são alguns dos problemas.

24 nov

Em janeiro de 2022, a empresa S&S Engenharia e Construções Ltda ganhou a licitação milionária para realizar a reforma da EMEF Judith Gomes Leitão, uma das instituições de ensino mais tradicionais do município, situada no bairro Marabá Pioneira. Conforme denúncia da comunidade escolar ao Portal, os mais de 700 alunos distribuídos em 24 turmas do Ensino Fundamental enfrentam a demora na execução da obra, que já se estende por mais de dois anos, prejudicando a rotina, a dinâmica de ensino e, principalmente, a saúde dos alunos e professores.

Nas últimas semanas, o intenso calor nas salas de aula, que não possuem climatização, combinado com o forte odor da tinta utilizada na obra (aplicada enquanto os alunos estão na escola), resultou em mal-estar para algumas crianças e adolescentes, após o consumo da merenda e o retorno às salas nessas condições quase insuportáveis. Há relatos de que professores também passaram mal devido ao cheiro da tinta e ao calor intenso, com alguns já solicitando à Secretaria Municipal de Educação a transferência para outra escola.

Tinta de odor forte e qualidade questionável

Fontes do Portal na comunidade escolar enviaram à redação fotos recentes da pintura aplicada nas paredes da escola. Segundo informações, a pintura não foi devidamente preparada, apresentando descascamento em alguns pontos e sujeira fácil em outros. Apesar do forte odor, a qualidade parece ser duvidosa.

Prefeitura viola princípio da transparência e retira placa para esconder atraso

A placa com informações públicas sobre a obra contratada pela Secretaria de Educação da Prefeitura de Marabá foi retirada da frente da escola há algum tempo, segundo informações da comunidade escolar, possivelmente para ocultar o evidente atraso na reforma, já que continha prazos e valores iniciais.

Árvores cortadas e móveis jogados

As evidências do descaso com a reforma incluem imagens que mostram móveis de madeira maciça, pertencentes ao patrimônio da escola, jogados nos corredores. Além disso, todas as árvores entre os pavilhões da escola foram cortadas, agravando o calor nas salas que não têm climatização.

Prefeitura continua pagando à empresa por obra parada

O Curupira Marabá investigou no Portal da Transparência por meio da Lei de Acesso à Informação, revelando que a Prefeitura de Marabá já repassou mais de um milhão e meio de reais à S&S Engenharia e Construções Ltda. A empresa, fundada há menos de cinco anos e sediada em Goianésia, Goiás, continua recebendo pagamentos, sendo o último realizado em 17 de outubro de 2023, no valor de R$ 113.254,96, mesmo com a obra avançando lentamente.

Tinta descascando na frente e lixo acumulado atrás

Nas fotos enviadas ao Portal, uma imagem da parte lateral traseira da escola mostra o acúmulo de lixo e buracos no muro, aparentemente sem reparos na milionária reforma.

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