Deus, Pátria, Família e Fraude: Pastor usou diploma falso para tomar posse no Conselho Tutelar de Marabá

14 mar

Afastado de suas funções desde janeiro deste ano, por determinação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), Lourival Pereira da Silva, pastor, foi candidato ao cargo de Conselheiro Tutelar nas eleições do ano passado, sob a indicação do também pastor e líder da Igreja do Evangelho Quadrangular em Marabá, Vereador Ronisteu Araújo.

Segundo apurado junto a fontes do Portal na 4ª Unidade Regional de Ensino do Estado (4ªURE), o CMDCA oficializou esta semana um documento para atestar se o diploma de nível médio apresentado por Lourival consta nos registros da Escola Dr. Gaspar Viana, conforme apresentado no Conselho. Surpreendentemente, a escola respondeu que “após consulta nos arquivos e sistemas, concluímos que não há nenhum registro como aluno do estabelecimento de ensino”.

Lourival foi reeleito em 2023 para o quadriênio de 2024-2027. Ele teve a posse suspensa, assim como o suplente. A investigação do CMDCA iniciou após ele faltar em sua escala de plantão de sobreaviso no dia 4 de janeiro, fator que motivou uma visita da fiscalização nas duas sedes do conselho, resultando na abertura de uma sindicância para investigar o caso. Agora, após parecer da Comissão Processante, a investigação continua por meio de um Processo Administrativo Disciplina (PAD)

Segundo o Artigo 297 do Código Penal, Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro, tem pena de reclusão, de dois a seis anos, e multa. Além disso, se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte. Adicionalmente, Lourival pode ter que devolver os salários já recebidos durante o período em que esteve ocupando o cargo fraudulentamente.

Procurado para se explicar, o Pastor Lourival acredita que esteja havendo perseguição política por parte do presidente do CMDCA, Joarez Oliveira, já que ambos são ligados a partidos políticos e devem ser candidatos nas eleições deste ano a vereador. O Pastor Lourival também não entendeu o posicionamento de afastamento da função para a qual foi eleito por parte da população. Argumentou que, por ocasião da visita dos membros do CMDCA no conselho, ele estava em atendimento na rua. “A gente não precisa estar o tempo todo na sede do Conselho Tutelar. Este é meu terceiro mandato neste cargo”.

Por sua vez, o presidente do CMDCA, Joarez Oliveira, disse que a investigação foi necessária diante da denúncia que chegou ao Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente, e que a falta é considerada grave, pois configura abandono do local de trabalho. Disse que não há perseguição política e que, no caso de Edivaldo, este não tem votação na região em que ele, Joarez, tem votos, que é na Vila Brejo do Meio.

Clique aqui para voltar