Que jovem não gostaria de iniciar a carreira profissional com rendimentos mensais superiores a 4 mil reais, e de quebra ascender hierarquicamente tão rápido, ao ponto de passar de um simples estagiário aos 18 anos, para coordenador nível III, na estrutura administrativa de um dos municípios mais importantes do país.

Esta verdadeira jabuticaba da política brasileira, regada de muitos privilégios, pode ser evidenciada atualmente na Secretaria de Assistência Social, Proteção e Assuntos Comunitários (Seaspac) de Marabá. Paulo Ricardo Veloso da Silva, 19 anos, recém-formado do ensino médio e aluno do 4° período do curso de direito em uma faculdade particular do município, foi “agraciado” com a nomeação para o cargo de Coordenador nível III da secretaria, que vinha sendo ocupado pelo então Diretor Técnico da Seaspac, Luiz Silva de Souza.

Desde 4 de abril, o jovem vem ocupando a função, após passar por um ‘estágio’ na assistência social. Com o afastamento de sua mãe, a ex-vereadora Priscila Veloso, que será candidata novamente nas eleições deste ano, ele passou a integrar a cúpula da Assistência Social do município, ocupando o terceiro mais importante cargo da secretaria.

Segundo informações do Portal na Seaspac, a titular da pasta, Nadja Lúcia Oliveira, teria implorado para que o prefeito Sebastião Miranda não nomeasse o filho da ex-vereadora para um cargo tão importante na secretaria. Nadja chegou a ameaçar entregar o cargo quando soube que a pretensão de Priscila Veloso era nomear o filho para o mesmo cargo que ela vinha ocupando antes de se licenciar do cargo para ser candidata: a secretaria-adjunta de assistência.

Tião cedeu às lágrimas preocupadas de sua fiel escudeira e considerada “mulher do não da assistência”, e nomeou seu pupilo Luiz Silva de Souza para o cargo de secretário-adjunto. Porém, Paulo Ricardo foi nomeado para a Diretoria Técnica da Seaspac, mesmo sem ter qualquer formação superior ou qualificação na área de assistência social.

O Curupira Marabá ainda apura denúncias de servidores da assistência social sobre pressão política da ex-secretária adjunta e pré-candidata a vereadora, além do uso indevido da Seaspac em benefício da pré-campanha, com distribuição de cestas básicas e ações de assistência social sendo realizadas na casa da ex-vereadora.