A manhã desta segunda-feira (27) foi marcada por transtornos para estudantes e servidores que frequentam o campus 3 da Unifesspa em Marabá, localizado no distante bairro Cidade Jardim. Os ônibus designados para transportar alunos e funcionários da Universidade, a partir das primeiras horas da manhã, surpreendentemente não seguiram os horários programados. Esta situação persistiu até as 11 horas da manhã, momento em que este artigo foi redigido, com base em reclamações e denúncias recebidas pelo Portal.

O descaso da empresa de transporte concessionária “Integração” (Sic) e, principalmente, da Prefeitura de Marabá, responsável legal pela garantia do direito fundamental ao transporte e mobilidade urbana, não é algo recente. Esse direito, muitas vezes subestimado, é essencial para assegurar outros direitos, como o acesso à educação, à saúde, à empregabilidade, entre outros.

No entanto, surpreende que a administração da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, um órgão com autonomia e robusto orçamento federal, não tenha se prevenido diante desse evidente descaso, que impacta a rotina de estudos e trabalho de centenas de alunos e servidores, sejam concursados ou terceirizados, que dependem do transporte público para chegar ao campus central da Universidade em Marabá.

O Curupira Marabá realizou uma pesquisa junto à Secretaria de Infraestrutura da Unifesspa, constatando que a universidade possui atualmente uma frota de onze ônibus, micro-ônibus e vans. Dentre eles, dois ônibus urbanos climatizados e adaptados para pessoas com deficiência que já foram utilizados para o transporte “inter-unidades” do campus 3, na cidade universitária do bairro Cidade Jardim, até o campus 1, na Folha 31, centro da Nova Marabá. Infelizmente, esses veículos deixaram de circular após a atual gestão alegar falta de recursos para o custeio.

De acordo com dados do Plano de Gestão Orçamentária da Universidade, durante a gestão do Ex-Reitor Prof. Dr. Maurílio Monteiro, no ano de 2020, a Secretaria de Infraestrutura da Unifesspa investia R$1.106.341 (Um milhão, cento e seis mil, trezentos e quarenta e um reais) no custeio do transporte interunidades, devido à insuficiência do transporte público de Marabá para a Cidade Universitária. Somente em 2019, foram transportados mais de 18 mil passageiros.

Atualmente, além da universidade não oferecer mais esse serviço, deixando alunos e servidores à mercê do transporte público irregular e deficiente de Marabá, ocorrem desistências de cursos e trancamentos de matrículas. A secretaria de infraestrutura da Unifesspa ainda não implementou um plano de contingência de emergência para suprir a demanda de transporte até a cidade universitária em dias de colapso na rota universitária, como registrado hoje pela manhã.

Até o fechamento desta matéria, a assessoria de comunicação da universidade não se pronunciou sobre o não funcionamento da rota universitária na manhã desta segunda-feira. Recebemos a informação que alguns professores liberaram alunos das turmas do turno da manhã, e a realização de uma prova de seleção de mestrado, marcada para iniciar às 08:30, foi prejudicada.

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