A reunião realizada no último dia 25, na Câmara Municipal de Marabá, expôs uma grave distorção na proposta da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) para o credenciamento de hospitais privados. Vereadores, representantes do Conselho Municipal de Saúde (CMS) e de instituições de saúde classificaram como abusivos os valores apresentados pela gestão, que chegam a ser sete vezes superiores à tabela do SUS.

O secretário de Saúde, Werbert Ribeiro Carvalho, limitou-se a dizer que os recursos são próprios do município, mas não apresentou qualquer justificativa técnica para o aumento exorbitante.
O Conselho de Saúde já havia rejeitado a proposta, e agora conta com respaldo do Legislativo. O vereador Pacheco (PL) afirmou:
“Todos nós queremos que a fila de cirurgias acabe, mas não tem como aprovar um edital com preços tão acima da realidade. Não podemos permitir que se pague sete vezes mais do que a tabela do SUS”.
Na mesma linha, Marcos Andrade (PSD) reforçou que os gastos não têm sustentação:
“O Conselho está correto em barrar esse contrato. São valores sem justificativa, e o nosso papel é fiscalizar. A população precisa da cirurgia, mas não à custa de gastos desproporcionais com dinheiro público”.
Fila sem solução
Enquanto a proposta da Prefeitura não avança, milhares de moradores continuam sem atendimento. A própria Secretaria de Saúde reconhece cerca de 5 mil pessoas na fila de cirurgias eletivas, mas o Conselho estima que o número real ultrapasse 8 mil. Desde o início da atual gestão, nenhum procedimento eletivo foi realizado no município.
Diante da pressão, foi criada uma comissão técnica para revisar o edital e tentar ajustar os valores. Até o fechamento desta reportagem, a Prefeitura de Marabá não explicou por que apresentou um contrato tão acima da tabela nacional, deixando em aberto a justificativa para o uso dos recursos públicos. Via Blog Marabá & Fatos