Entenda a origem do termo “Marabela”, presente em mural na Orla de Marabá

18 jun

A Orla de Marabá, um dos principais cartões-postais da cidade e ponto de embarque para a Praia do Tucunaré, ganhou um novo mural assinado pelo artista plástico Bino Sousa. A obra pode ser vista por moradores e visitantes que circulam diariamente pela escada de acesso ao rio, especialmente durante o veraneio, período em que o fluxo na área portuária se intensifica.

A nova arte traz a inscrição “Mara-bela”, título de um poema da escritora e professora Eliane Soares, que há anos inspira os trabalhos do artista. A expressão foi adotada por Bino como forma de ressignificar simbolicamente a imagem da cidade. Durante os anos 1990 e 2000, o termo “Marabala” passou a ser usado informalmente como referência à violência que assolava o município. Em contraste, “Marabela” representa uma Marabá em transformação, conectada à cultura, à memória e à retomada de sua vocação social e urbana.

Em entrevista ao Portal Vinícius Soares, Bino Sousa explicou os elementos que compõem o mural. Segundo ele, a obra é uma representação da identidade do povo marabaense e da cultura amazônica. Um dos destaques é a presença de cinco canoas fixadas à parede, criando uma experiência tridimensional. As embarcações, afirma o artista, remetem à tradição dos ribeirinhos e à própria origem da cidade, banhada pelos rios Tocantins e Itacaiunas.

Ao fundo, há uma mandala composta por folhas de castanheira, árvore símbolo da Amazônia. A arte também apresenta grafismos inspirados na estética indígena, em referência aos povos originários da região. Bino detalha ainda que a tipografia utilizada na inscrição “Mara-bela” segue o estilo de letras usadas em embarcações de Belém e Manaus, comumente vistas em rabetas e barcos regionais. Essa escolha busca aproximar Marabá do imaginário visual amazônico, reforçando vínculos culturais compartilhados.

O mural também retrata o pôr do sol de Marabá, fenômeno natural que se destaca entre os mais belos do estado do Pará, compondo a paisagem ribeirinha com tons quentes e luz difusa que banha o rio no fim do dia.

Além da inscrição principal, uma das canoas traz outro trecho do poema de Eliane Soares: “És Marabá. Marabela. Preciosa. Forte. Bela.”. (Informações do Portal Vinícius Soares)

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