A gestão do atual reitor da Unifesspa, Francisco Ribeiro da Costa, nomeado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em 2020, mesmo obtendo apenas 6,9% dos votos da comunidade acadêmica na eleição realizada à época, e sem nenhuma experiência de gestão administrativa no currículo, tem trazido sérias consequências à Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa). O Portal recebeu denúncias embasadas, públicas, anônimas e espontâneas de professores, técnicos administrativos e, principalmente, de alunos da Universidade, que estão sendo prejudicados por um grosseiro erro administrativo da própria gestão da Universidade. Essa falha resultou na perda de recursos da ordem de R$ 14.247.922,70 (quatorze milhões, duzentos e quarenta e sete mil, novecentos e vinte e dois reais e setenta centavos) de um convênio que deveria ter sido celebrado com a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sectet), do Governo do Pará, em abril de 2022. Até o momento, esse convênio não se concretizou, impedindo o início das aulas prometidas em municípios da região, como Floresta do Araguaia, Pau’Darco, Bannach, Sapucaia e Água Azul do Norte.
Apesar de selecionados e matriculados no sistema da Universidade, os alunos não podem cursar uma disciplina sequer, como é o caso da turma de Arquitetura e Urbanismo em Floresta do Araguaia, que chegou a criar uma página em uma rede social para reivindicar o início das aulas após mais de um ano das matrículas.
O Portal entrou em contato com professores da instituição, que confirmaram que alguns cursos tiveram cerimônia de aula inaugural, e outros iniciaram de fato as disciplinas, como História em Floresta do Araguaia. No entanto, os repasses aos professores foram suspensos, resultando na interrupção das aulas, mesmo com algumas prefeituras se esforçando para fornecer estruturas de locais de aulas e apoio aos docentes.
Uma informação importante é que, no caso das Universidades Federais, um dos critérios para o Ministério da Educação (MEC) repassar recursos para uma universidade é o número de alunos matriculados. Esses alunos estão contando na matriz para trazer recursos do governo federal para a Unifesspa, mas não estão sendo atendidos. A Unifesspa realizou um processo seletivo especial para o preenchimento de 530 vagas em 18 de setembro de 2022, distribuídas em 12 turmas. No entanto, outro problema grave é que nenhum desses cursos está registrado no MEC.
Fontes do Portal na comunidade acadêmica também denunciam que, apesar do processo seletivo especial ter selecionado os 530 alunos matriculados nos doze cursos de graduação, nenhum deles está registrado no Cadastro Nacional de Cursos e Instituições de Educação Superior (e-MEC). Muitos estão possivelmente vinculados ao registro de cursos que já existem na Universidade, como Engenharia Civil em Marabá e Arquitetura e Urbanismo em Santana do Araguaia, quando o correto seria criar um registro próprio do curso, já que eles possuem um número máximo de vagas a serem ofertadas.
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