Quando assumiu a Prefeitura de Marabá, o prefeito Toni Cunha se apresentou como o “Bastião da Moralidade”, prometendo romper contratos milionários de locação de veículos e investir na compra de uma frota própria para o município. Entretanto, passados meses após o início de seu mandato, o discurso não se traduziu em ação, pelo menos quando se trata da empresa ligada à sua família.
A Fundação Casa da Cultura de Marabá (FCCM) mantém um contrato de R$ 9.615.760,00 com a L&C Serviços e Locações, empresa cujo sócio-administrador é Leonardo Lobo Costa, irmão da primeira-dama Lanuzia Lobo e filho do secretário municipal de Viação e Obras Públicas, Ítalo Ipijukan. Embora esse contrato não tenha sido renovado na gestão atual, Toni Cunha também não tomou nenhuma medida para rompê-lo, como havia alardeado nas redes sociais.
Além disso, a promessa de substituir veículos alugados por uma frota própria não se concretizou. Até o momento, não há registro da compra dos mais de 30 veículos que ele anunciou, nem mesmo da abertura de uma licitação para essa aquisição.
Contrato milionário com outra secretaria
A L&C Serviços e Locações também mantém outro contrato milionário com a Secretaria Municipal de Segurança Institucional (SMSI). No início da gestão de Toni Cunha, esse contrato, no valor de R$ 1.530.600,00, foi renovado, garantindo a locação de 15 veículos para a Guarda Municipal, Segurança Patrimonial e Departamento Municipal de Trânsito (DMTU).
Enquanto esses contratos seguem ativos, a prefeitura cortou benefícios que impactam diretamente trabalhadores de baixa renda, como a redução das marmitas para garis e o fim das bolsas de estágio.
O discurso de austeridade, que nas redes sociais se traduzia no lema “a mamata acabou”, parece ter sido seletivo. Para garis e estagiários, houve corte. Para a empresa da família do prefeito, a locação continua.
