A Prefeitura de Marabá anunciou nesta terça-feira (23) a instauração de uma sindicância para apurar as condutas dos profissionais de saúde envolvidos no atendimento à gestante Adrielle Silva Escandeia, de 21 anos, que perdeu o bebê após complicações durante o parto. A diretoria do Hospital Materno Infantil (HMI) também determinou o afastamento dos médicos responsáveis pela avaliação e alta da paciente no primeiro atendimento.
Em nota, o hospital lamentou o ocorrido e se solidarizou com a família da gestante. Entre as mudanças emergenciais anunciadas, a direção do HMI garantiu que nenhuma gestante será encaminhada de volta ao domicílio sem antes passar por uma avaliação detalhada de um especialista obstétrico.
O caso Adrielle Silva Escandeia
Adrielle, grávida de 35 semanas e mãe de seis filhos, chegou ao HMI na manhã desta terça-feira com queixas de dor no baixo ventre, mas foi liberada após avaliação na triagem. Segundo o hospital, não foram detectadas alterações que justificassem internação naquele momento.
Poucas horas depois, ela retornou ao hospital apresentando sangramento de grande volume. Durante a nova avaliação, foi identificada uma grave alteração no bem-estar fetal, levando a equipe médica a realizar uma cesariana de urgência. Infelizmente, ao iniciar o procedimento, constatou-se que o bebê já estava sem batimentos cardíacos devido ao descolamento da placenta, que resultou no óbito fetal.
A equipe médica prestou esclarecimentos à família e iniciou uma investigação interna para apurar eventuais falhas no atendimento prestado à paciente.
Crise no HMI de Marabá
A morte do bebê de Adrielle se soma a outras cinco ocorridas no HMI somente em janeiro, o que tem gerado repercussão negativa e indignação na cidade. O prefeito Toni Cunha e a gestão municipal têm sido criticados pela falta de respostas concretas e pela demora em implementar as melhorias prometidas durante a campanha.
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A pressão popular levou vereadores a cobrarem mudanças imediatas, incluindo a contratação de mais especialistas e a revisão dos protocolos de atendimento no hospital. O afastamento dos profissionais envolvidos no caso Adrielle é visto como uma medida inicial, mas a população exige soluções mais abrangentes para evitar novas tragédias.
Promessas de mudança
A Prefeitura de Marabá afirmou que o HMI passará por uma reestruturação emergencial para garantir a segurança das gestantes e recém-nascidos. No entanto, as famílias afetadas e os moradores da cidade questionam se essas promessas finalmente sairão do papel ou se a crise continuará a deixar vítimas.
A sindicância instaurada deve apresentar os resultados nos próximos dias, e a população aguarda por respostas e, sobretudo, por ações que efetivamente previnam novas perdas.