Sem portaria de nomeação, sogra de Toni Cunha manda e desmanda na Fundação Casa da Cultura e suspende exposição no Museu

21 jan

No Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, o Portal Curupira Marabá esteve no Museu Municipal Francisco Coelho, na Marabá Pioneira, para apurar denúncias preocupantes que envolvem intolerância e interferência administrativa indevida. Segundo informações, Márcia Ipojukan, sogra do prefeito Toni Cunha e esposa do secretário de Obras, Ítalo Ipojukan, estaria assumindo o controle da Fundação Casa da Cultura de Marabá, mesmo sem ter portaria de nomeação para ocupar qualquer cargo público.

Evangélica, Márcia teria determinado o fechamento da exposição “Lendas do Folclore Brasileiro”, que destacava figuras culturais como Matinta Pereira, Nego D’Água, Porca de Bobes e Curupira. Segundo funcionários do museu, que preferiram não se identificar, a sogra do prefeito considerou as lendas “diabólicas” e “impróprias para crianças”. Durante a visita, a reportagem confirmou que a sala onde a exposição estava montada está fechada para visitação, o que reforça as denúncias.

Além disso, Márcia teria ordenado a retirada de plantas ornamentais conhecidas como espadas-de-São-Jorge, associadas culturalmente a crenças afro-brasileiras, plantadas na gestão da ex-presidente da fundação, Vanda Américo. Funcionários relataram que Márcia teria declarado que as plantas não condiziam com o ambiente.

As interferências de Márcia não se limitam às questões culturais e religiosas. Informações apontam que ela estaria definindo mudanças estruturais na gestão da fundação, como a transferência do projeto da Praça da Juventude para a Secretaria de Esporte e Lazer (Semel), a subordinação do teatro e do museu à Secretaria de Cultura (Secult) e até a extinção de extensões culturais mantidas pela instituição. Tudo isso sem qualquer ato oficial que legitime sua atuação.

A atuação informal de Márcia Ipojukan levanta uma série de questionamentos sobre a impessoalidade e a legalidade da gestão pública em Marabá. Onde está o Ministério Público Estadual (MPPA), que deveria garantir o cumprimento das normas e evitar interferências religiosas no serviço público? E por que o Conselho Municipal de Cultura ainda não se manifestou diante de um caso que aponta para intolerância religiosa institucionalizada?

Dona Márcia, a toda poderosa mãe da mulher do prefeito.

A simbologia da data, marcada pelo Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, evidencia o peso dessas ações. Ao atacar manifestações culturais e religiosas que não condizem com suas crenças pessoais, Márcia contraria os princípios de pluralidade e respeito que deveriam nortear a gestão pública.

O Portal Curupira Marabá seguirá acompanhando o caso e cobrando respostas das autoridades competentes, na esperança de que os direitos culturais e religiosos sejam devidamente preservados em Marabá.

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