Uma denúncia chocante envolve um médico que teria utilizado sua posição em um hospital de Marabá para obter, de maneira ilegal, a guarda de uma criança recém-nascida. O caso expõe possíveis irregularidades envolvendo gestação de substituição e a utilização de cargos públicos para vantagens pessoais.
De acordo com informações apuradas, o médico, lotado em um posto de saúde urbano apesar de ter sido designado para a zona rural, teria pago todas as despesas de uma gestação de substituição conduzida dentro do Hospital Materno Infantil. A criança, nascida em dezembro de 2021, foi registrada no nome do marido do médico, embora um teste de DNA pudesse comprovar que ele não é o pai biológico.
![](https://curupiramaraba.com.br/wp-content/uploads/2025/01/IMG_8787.jpeg)
A mãe biológica teria sido convencida a participar do esquema e, posteriormente, foi chamada novamente para realizar outra gestação semelhante. A prática, conhecida como “barriga de aluguel”, é proibida no Brasil quando há troca de dinheiro ou qualquer tipo de vantagem econômica.
Além da gestação irregular, o médico e o marido teriam burlado o sistema de adoção legal, configurando crime. A lei brasileira proíbe que o vínculo comercial interfira em processos como a gestação de substituição, estabelecendo penas que variam de três a oito anos de prisão, além de multa.
Favorecimentos e negligência administrativa
O médico também é alvo de acusações relacionadas à sua nomeação. Apesar de ter sido aprovado em concurso público para trabalhar em uma unidade de saúde na zona rural, ele jamais compareceu ao local e atua exclusivamente em uma unidade urbana desde o início do vínculo empregatício. Há suspeitas de que a permanência dele na zona urbana teria ocorrido com a ajuda de autoridades municipais, o que pode configurar crime de peculato por uso indevido do cargo público para obter vantagens pessoais.
Denúncia e investigação
O caso levanta questionamentos sobre a fiscalização das práticas médicas e administrativas na região, além de expor fragilidades no controle de processos como adoção e gestação de substituição. Até o momento, nenhuma punição foi confirmada, mas as denúncias podem resultar em investigações que envolvam o hospital, a Secretaria de Saúde e os acusados diretamente.
Especialistas reforçam que o caso destaca a necessidade de maior rigor na fiscalização dos processos de adoção e nos contratos de gestação de substituição, especialmente em regiões onde a vulnerabilidade das instituições públicas é evidente. O caso também evidencia como a manipulação de cargos públicos pode fragilizar ainda mais a credibilidade dos serviços essenciais para a população.
Impacto social
As denúncias também reacendem o debate sobre práticas médicas antiéticas e o tráfico de crianças no Brasil, um crime silencioso que atinge principalmente mulheres em situação de vulnerabilidade. Autoridades são cobradas para investigar e punir todos os envolvidos, garantindo que o caso não abra precedentes para novos abusos no futuro.
O Portal Curupira Marabá segue acompanhando de perto a denúncia que chegou a nossa redação de forma anônima e sobre a prerrogativa do sigilo constitucional da fonte, e nas próximas matérias os leitores poderão saber detalhes importantes do caso.
Apoie o jornalismo independente e investigativo através de uma doação via pix para ajudar na manutenção e crescimento deste projeto, chave telefone 94992694413.