Bebê é vendido e médico burla fila de adoção no Hospital Materno Infantil de Marabá

16 jan

Uma denúncia chocante envolve um médico que teria utilizado sua posição em um hospital de Marabá para obter, de maneira ilegal, a guarda de uma criança recém-nascida. O caso expõe possíveis irregularidades envolvendo gestação de substituição e a utilização de cargos públicos para vantagens pessoais.

De acordo com informações apuradas, o médico, lotado em um posto de saúde urbano apesar de ter sido designado para a zona rural, teria pago todas as despesas de uma gestação de substituição conduzida dentro do Hospital Materno Infantil. A criança, nascida em dezembro de 2021, foi registrada no nome do marido do médico, embora um teste de DNA pudesse comprovar que ele não é o pai biológico.

A mãe biológica teria sido convencida a participar do esquema e, posteriormente, foi chamada novamente para realizar outra gestação semelhante. A prática, conhecida como “barriga de aluguel”, é proibida no Brasil quando há troca de dinheiro ou qualquer tipo de vantagem econômica.

Além da gestação irregular, o médico e o marido teriam burlado o sistema de adoção legal, configurando crime. A lei brasileira proíbe que o vínculo comercial interfira em processos como a gestação de substituição, estabelecendo penas que variam de três a oito anos de prisão, além de multa.

Favorecimentos e negligência administrativa

O médico também é alvo de acusações relacionadas à sua nomeação. Apesar de ter sido aprovado em concurso público para trabalhar em uma unidade de saúde na zona rural, ele jamais compareceu ao local e atua exclusivamente em uma unidade urbana desde o início do vínculo empregatício. Há suspeitas de que a permanência dele na zona urbana teria ocorrido com a ajuda de autoridades municipais, o que pode configurar crime de peculato por uso indevido do cargo público para obter vantagens pessoais.

Denúncia e investigação

O caso levanta questionamentos sobre a fiscalização das práticas médicas e administrativas na região, além de expor fragilidades no controle de processos como adoção e gestação de substituição. Até o momento, nenhuma punição foi confirmada, mas as denúncias podem resultar em investigações que envolvam o hospital, a Secretaria de Saúde e os acusados diretamente.

Especialistas reforçam que o caso destaca a necessidade de maior rigor na fiscalização dos processos de adoção e nos contratos de gestação de substituição, especialmente em regiões onde a vulnerabilidade das instituições públicas é evidente. O caso também evidencia como a manipulação de cargos públicos pode fragilizar ainda mais a credibilidade dos serviços essenciais para a população.

Impacto social

As denúncias também reacendem o debate sobre práticas médicas antiéticas e o tráfico de crianças no Brasil, um crime silencioso que atinge principalmente mulheres em situação de vulnerabilidade. Autoridades são cobradas para investigar e punir todos os envolvidos, garantindo que o caso não abra precedentes para novos abusos no futuro.

O Portal Curupira Marabá segue acompanhando de perto a denúncia que chegou a nossa redação de forma anônima e sobre a prerrogativa do sigilo constitucional da fonte, e nas próximas matérias os leitores poderão saber detalhes importantes do caso.

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