O julgamento de William Araújo Sousa, acusado pela morte de Flávia Alves em abril de 2024, segue em andamento na tarde desta segunda-feira (17) no Fórum da Comarca de Marabá, em sessão a portas fechadas por determinação da juíza Alessandra Rocha, presidente do júri. No início da manhã, foi formado o conselho de sentença, composto por cinco mulheres e dois homens, que ficarão responsáveis por avaliar as provas apresentadas em plenário e decidir sobre a responsabilidade penal do réu. A escolha dos jurados seguiu o rito legal, com sorteio e análise de impedimentos antes do início da instrução.
No decorrer da sessão, a advogada de Will, Cristina Alves Longo, declarou ao Portal Carajás Notícias que irá pedir a condenação do cliente, enfatizando que “ele tem que ser responsabilizado”. A defensora destacou, entretanto, que a pena deve refletir o grau de participação de Will no caso e afirmou que a estratégia da defesa busca demonstrar que o réu “não pode responder pelo crime que a acusação está imputando a ele”, contestando a narrativa apresentada pelo Ministério Público.

Cristina informou que o réu pretende romper o silêncio durante o julgamento e apresentar sua versão dos fatos diretamente aos jurados. Segundo ela, Will deverá falar em plenário para explicar “como tudo aconteceu”, embora a defesa não tenha antecipado o conteúdo do depoimento. A advogada tampouco revelou a linha principal que sustentará nos debates, afirmando apenas que a atuação de William, segundo a defesa, não corresponde ao que foi descrito na denúncia e no inquérito policial.
Na fase de instrução, o delegado responsável pela investigação já prestou depoimento. Ele afirmou que, ao longo do inquérito, apurou que William teria ameaçado a companheira, Deidyelle de Oliveira Alves, e o cunhado, David Alves, para que ambos o auxiliassem a ocultar o corpo da vítima em uma cova rasa na zona rural de Jacundá. Após seu relato, o júri segue com a oitiva das demais testemunhas, o interrogatório do réu e, posteriormente, os debates entre acusação e defesa. Encerrada essa etapa, os jurados se reunirão para deliberar, e a sentença será proferida pela juíza presidente do Tribunal do Júri.