O tatuador Willian Araújo Sousa, acusado pelo assassinato da jovem Flávia Alves Bezerra, está atualmente recolhido no Complexo Penitenciário de Marabá, mas o perfil dele no Instagram voltou a apresentar movimentações recentes, com novas publicações e atualizações de fotos. O fato chamou atenção dos seguidores, que passaram a questionar quem estaria acessando e administrando a conta do acusado.

De acordo com a legislação brasileira, o uso de celulares ou acesso às redes sociais por pessoas privadas de liberdade é expressamente proibido. A ocorrência de postagens feitas por presos, seja de dentro das unidades ou por meio de terceiros, representa uma violação das normas do sistema prisional e uma afronta à execução penal. Caso as publicações estejam sendo feitas por Willian, isso indicaria falha grave na segurança do presídio. Caso sejam familiares ou pessoas próximas, a conduta também é irregular e levanta dúvidas quanto à finalidade dessas ações.

A reportagem tentou contato com a advogada de defesa, Cristina Longo, para esclarecer quem estaria por trás das recentes movimentações no perfil do tatuador, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição. O caso reacende o debate sobre o controle de comunicação de presos no Pará e a necessidade de maior rigor nas inspeções dentro das unidades prisionais.
O julgamento de Willian Araújo está previsto para novembro deste ano, e a defesa chegou a requerer o desaforamento do júri popular para outra comarca, pedido que não foi aceito. O processo deve, portanto, seguir em Marabá, local onde o crime foi cometido e onde a sociedade aguarda o desfecho do caso. A realização do julgamento na própria cidade é vista como essencial para assegurar a transparência, a legitimidade e o direito da comunidade local de acompanhar a aplicação da justiça com imparcialidade e respeito ao devido processo legal.