A base política do governador Helder Barbalho em Marabá segue inerte diante dos ataques e críticas direcionadas ao governo estadual no município e na região de Carajás. Apesar de contarem com cargos estratégicos e nomeações no âmbito do Estado, vereadores e lideranças locais que integram a estrutura política e administrativa do governo têm mantido silêncio, sem qualquer demonstração pública de apoio ou defesa à gestão.

Entre os nomes com atuação direta em Marabá e que permanecem ausentes de qualquer manifestação política em defesa do governador estão o vereador Ilker Moraes, a vereadora Cristina Mutran, o coordenador da Usina da Paz Coronel Araújo, o ex-candidato a vereador Fabiano Santos e a liderança Claudinha 15.000, a “Professora Cláudia”. Todos ocupam posições ou mantêm vínculos com o Governo do Estado, mas não se observam ações visíveis nas redes sociais ou nos espaços públicos que reforcem a presença ou a imagem política de Helder na cidade.
O silêncio contrasta com o cenário local, onde a oposição, liderada por Doutor Daniel Santos (PSB), tem avançado sobre o discurso político e ocupado espaço entre lideranças comunitárias e setores estratégicos. A falta de reação da base estadual em Marabá, especialmente de figuras com cargos de confiança, abre margem para que o debate público seja dominado por adversários do governo, o que se revela bastante perigoso faltando menos de um ano para as eleições gerais.
A expressão usada por Helder Barbalho em diversas ocasiões — “caititu fora da manada vira comida de onça” — parece não ecoar entre seus aliados em Marabá. A ausência de defesa política do governador na quinta maior cidade do Pará levanta questionamentos sobre o real comprometimento desses quadros com o projeto de governo, que é a eleição de Hana Ghassan como governadora e Helder Barbalho como senador.
Ilker Moraes, segundo fontes ligadas à administração estadual, concentra o maior número de assessorias vinculadas ao Governo do Estado em Marabá. No entanto, esses assessores não são vistos promovendo ações, debates ou conteúdos que valorizem a gestão estadual. Já o vereador Ubirajara Sompré, em recente discurso na Vila Sororó, chegou a insinuar que o governador não teria interesse na região, o que repercutiu negativamente entre aliados e foi interpretado como um distanciamento político.
A falta de articulação entre esses representantes e suas bases eleitorais preocupa a coordenação política do governo, especialmente em um momento em que faltam menos de doze meses para as eleições de 2026. Assessores e lideranças locais que deveriam atuar na defesa da imagem do governador têm demonstrado pouca mobilização, limitando-se ao exercício formal de cargos públicos sem retorno político aparente.
O cenário acende um alerta sobre a desconexão entre o governo estadual e parte de seus aliados em Marabá. O distanciamento político, somado à ausência de engajamento, tem permitido que críticas ao governo circulem livremente sem resposta institucional ou política. Enquanto isso, a oposição ganha espaço e narrativa, consolidando terreno em uma das regiões de maior peso eleitoral do Pará.
Se a postura atual permanecer, o governo corre o risco de chegar a 2026 com fragilidade em uma cidade estratégica, justamente por confiar em aliados que, até aqui, demonstram pouca disposição em defender publicamente o projeto político que integram.