O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) emitiu nova recomendação ao prefeito de Marabá, Toni Cunha (PL), para que cesse a prática de utilizar familiares e pessoas sem vínculo funcional em atividades custeadas com recursos públicos. O documento, assinado pela promotora de justiça Aline Tavares Moreira e publicado no Diário do MP na quarta-feira (3), destaca que a conduta fere diretamente o princípio da impessoalidade na gestão pública.


A orientação do órgão ministerial é clara: o prefeito deve impedir que cônjuges, companheiros ou parentes de agentes políticos participem institucionalmente de eventos oficiais, obras, campanhas e programas sociais da administração. O MP estabeleceu prazo para que a Prefeitura adote providências, sob pena de responsabilização por violação à probidade administrativa.
O histórico de recomendações à gestão de Toni Cunha revela um padrão de irregularidades. Em agosto, a mesma promotora já havia solicitado acesso às denúncias arquivadas pela Câmara Municipal contra o prefeito, em um processo de mais de mil páginas. As acusações foram engavetadas após articulação de 12 vereadores, blindando o gestor. Na ocasião, Toni reagiu com ataques públicos ao Ministério Público, insinuando perseguição política.

Agora, a nova medida reforça a vigilância do MP diante das práticas da administração municipal e expõe a tentativa do prefeito de institucionalizar o uso político de familiares em ações públicas. A recomendação formaliza que tal prática configura afronta direta à Constituição.
A conduta atribuída a Toni Cunha não apenas compromete a legalidade dos atos administrativos, mas também revela um padrão de aparelhamento da máquina pública para fins pessoais e familiares. O Ministério Público, ao intervir, reafirma que a Prefeitura de Marabá deve se submeter às regras da moralidade administrativa e ao interesse coletivo, e não às conveniências do prefeito e de seu círculo familiar.