O vice-prefeito de Marabá, João Tatagiba (Podemos), rompeu o silêncio logo após protocolar seu pedido de exoneração dos cargos de secretário municipal de Indústria e Comércio (Sicom) e de Turismo (Semtur). Em declaração direta, ele afirmou que o governo do prefeito Toni Cunha (PL) não tem projetos para o desenvolvimento econômico da cidade e que a atual gestão não tem compromisso e respeito pela cidade e sua população.

Segundo Tatagiba, durante os menos de oito meses em que esteve à frente das duas pastas, não teve condições de implementar as ações planejadas. Ele relatou frustração por ter recebido apenas o título de secretário, sem apoio ou estrutura para concretizar as promessas feitas à população durante a campanha eleitoral. De acordo com o vice-prefeito, a falta de apoio de Toni Cunha inviabilizou sua permanência no governo.
As críticas de Tatagiba reforçam denúncias já recebidas pelo Portal Curupira Marabá e que circulam nos bastidores da política local. Comentários recorrentes dão conta de esquemas em várias secretarias do município e até mesmo dentro do gabinete do prefeito. Uma fonte fidedigna de dentro da própria gestão revelou ao portal que um grupo próximo ao chefe do Executivo estaria articulando manobras milionárias para desviar recursos públicos.

Quarteto ligado ao prefeito é suspeito de orquestrar suposto esquema de corrupção na Prefeitura de Marabá
Segundo essa fonte, o chefe de gabinete Marcone Leite, o pai do prefeito Carlos Sá, o sogro Ítalo Ipojucan e o tio Afonso Cunha — atual secretário adjunto de Saúde — formariam um quarteto que atua para saquear os cofres da Prefeitura de Marabá. As denúncias apontam que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) seria o centro desse suposto esquema. O tio do prefeito, Afonso Cunha, é apontado como o verdadeiro responsável pelas decisões da pasta, e o atual secretário, Werbert Carvalho, seria considerado uma “pedra no sapato” do grupo, por não ceder às pressões que favoreceriam os interesses do quarteto. Marcone Leite, inclusive, estaria se movimentando para derrubar Werbert e assumir o comando da Saúde.
As revelações acendem um alerta grave. A situação descrita aponta para a possível formação de uma organização criminosa dentro da administração municipal, envolvendo pessoas do círculo íntimo do prefeito Toni Cunha. Caso confirmadas, tais práticas configuram desvio de dinheiro público e improbidade administrativa.
Diante da gravidade, autoridades como o Ministério Público, a Câmara Municipal, o Tribunal de Contas dos Municípios, além das polícias Civil e Federal, precisam agir com urgência para coibir a malversação de recursos públicos. A denúncia de Tatagiba, somada às informações dos bastidores, expõe uma gestão marcada pela paralisia no desenvolvimento e pelo risco de corrupção sistêmica.