Marabá recebeu R$ 120 milhões em royalties da mineração apenas nos oito primeiros meses de 2025. Somente em agosto, a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) rendeu R$ 15,9 milhões ao município. Os repasses mensais variaram de R$ 12,6 milhões a R$ 27,1 milhões, com exceção de julho, quando não houve registro no sistema oficial. Veja abaixo:

Janeiro: R$ 15.856.038,44
Fevereiro: R$ 27.198.589,49
Março: R$ 12.641.876,10
Abril: R$ 14.207.303,56
Maio: R$ 17.289.067,88
Junho: R$ 16.849.138,24
Julho: R$ 0,00 (sem registro no sistema)
Agosto: R$ 15.977.899,13

Embora os números representem uma das maiores fontes extras de receita do município, a aplicação prática dos recursos não tem se refletido na melhoria de serviços básicos. A atual gestão fechou o CRAS do bairro Amapá e o posto de atendimento do Bolsa Família na Marabá Pioneira. Servidores da saúde também relatam cortes na alimentação em unidades como o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ).

A situação na saúde pública expõe ainda mais contradições. Medicamentos de alto custo, entre eles imunoglobulina, albendazol e carbamazepina, foram encontrados vencidos nos depósitos da Secretaria Municipal de Saúde, enquanto hospitais e Unidades Básicas enfrentam escassez desses mesmos produtos.

Em paralelo, contratos de locação de veículos firmados pela Prefeitura com uma empresa ligada ao irmão da primeira-dama, Lanúzia Lobo, seguem sendo aditivados e ampliados. Os repasses cresceram em meio a cortes de serviços e restrições orçamentárias alegadas pela gestão.

O contraste entre a arrecadação expressiva e as falhas nos serviços públicos levanta dúvidas sobre a prioridade dada aos investimentos e sobre a transparência na utilização dos royalties da mineração. Até a conclusão desta reportagem, a Prefeitura de Marabá não havia se manifestado sobre a destinação dos recursos nem sobre as denúncias de desperdício e cortes. Portal Curupira Marabá com Portal Cidade Atual