A fisioterapeuta Fabiana Andrade, com mais de 22 anos de atuação profissional e que apoiou a candidatura de Toni Cunha à Prefeitura de Marabá, afirma estar sendo perseguida após denunciar irregularidades na saúde pública do município. Segundo ela, os problemas se agravaram nos últimos meses, especialmente no Hospital Materno Infantil (HMI), onde atua, e envolvem desde falta de insumos até assédio institucional.

Fabiana registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil denunciando que foi alvo de um vídeo difamatório divulgado em uma página intitulada “Vagabundos e Pilantras da Inter”. O responsável pelas publicações, identificado como Atoniel, é apontado por ela como pessoa próxima ao prefeito e sua família. “Descobri que a pessoa que fez o vídeo me caluniando é ligada ao prefeito e a várias pessoas da família dele, que inclusive eu tinha como amigas. Para mim, foi extremamente decepcionante”, declarou. Ela relatou ainda impactos emocionais após os ataques: “Eu já não consigo dormir há mais ou menos três noites, porque eu fico muito triste com isso”.
A perseguição teria se intensificado depois que a fisioterapeuta denunciou, via ouvidoria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o diretor administrativo do HMI, Wagner Araújo, e a chefe da Recepção, Érica Dayane. De acordo com Fabiana, o ambiente de trabalho se tornou hostil. “Muitas pessoas não sentem vontade de trabalhar por causa dessa pessoa (Érica). Trabalho em hospital, mais do que em qualquer outro lugar, é um trabalho em equipe”, pontuou.
Fabiana também criticou a gestão atual e disse estar arrependida do apoio dado a Toni Cunha. “A promessa de campanha não é o que está acontecendo hoje. Não sei o que aconteceu pelo caminho, mas o que se vê hoje, principalmente dentro da Secretaria Municipal de Saúde, são cargos ocupados por pessoas que não têm conhecimento e não sabem o que acontece na ponta do serviço; e não tem projetos”, afirmou.
Ela destacou ainda a escassez de materiais básicos no HMI. “Hoje a gente tem falta de luvas estéreis, a gente não tem Clorexidina pra lavar as mãos e desinfectar; a gente não tem papel toalha; estão faltando talheres; alguns medicamentos estão em falta na farmácia também há muito tempo”, denunciou. Para Fabiana, a situação do hospital poderia ter sido menos grave se medidas adequadas tivessem sido tomadas no início da gestão. “Muitas das mortes no começo do ano poderiam ter sido evitadas se o prefeito tivesse colocado especialistas na porta de entrada do hospital, ao invés de generalistas. Mas isso só foi feito depois que muita gente morreu”.
Segundo ela, a atual administração se utiliza de “uma máquina de moer reputações” para tentar silenciar críticas e ocultar os problemas enfrentados pela rede municipal de saúde.