A decisão da Prefeitura de Marabá de proibir a instalação de barracas dentro do rio Tocantins, na praia do Tucunaré, gerou reação imediata entre trabalhadores informais e frequentadores do local. A medida foi comunicada pelo Departamento de Postura Municipal sem qualquer processo de escuta com os barraqueiros e sem previsão de indenização, mesmo diante de investimentos já realizados para a temporada de veraneio. As informações são do Blog Marabá & Fatos.

A praia do Tucunaré, um dos principais cartões-postais da cidade, abriga todos os anos dezenas de estruturas montadas por comerciantes que atuam diretamente na geração de renda e no atendimento ao público com venda de comidas típicas, bebidas e espaços de sombra dentro da água. A proibição, adotada de forma unilateral pela gestão de Toni Cunha (PL), compromete a atividade econômica de dezenas de famílias que há anos dependem do verão para garantir parte significativa de sua renda anual.
Além da restrição no rio, a prefeitura também anunciou que as barracas montadas em terra firme só poderão operar se forem substituídas por estruturas padronizadas, fabricadas com compensado e telhas de brasilit, sem qualquer adequação ao clima local. Os trabalhadores criticam a falta de transparência e de diálogo sobre a mudança e apontam que os novos modelos não oferecem condições adequadas de trabalho.

“Simplesmente chegaram com a imposição. Já fizemos compras, investimos, montamos estrutura e agora somos informados que está tudo proibido. E ainda querem empurrar uma barraca-padrão que não protege do calor. Não fomos ouvidos em nenhum momento”, relatou um barraqueiro, que preferiu não se identificar.
A repercussão negativa da medida se espalhou rapidamente nas redes sociais. Em páginas locais, internautas criticaram a falta de sensibilidade da gestão e alertaram para o impacto que a decisão pode ter no turismo da cidade, justamente no período em que o fluxo de visitantes tende a aumentar.
Até agora, a Prefeitura de Marabá não apresentou justificativas públicas detalhadas nem indicou se irá oferecer suporte ou compensação aos trabalhadores prejudicados. A ausência de posicionamento oficial aprofunda a insatisfação e reforça a percepção de que a medida foi tomada sem considerar as especificidades sociais, culturais e econômicas da praia do Tucunaré.
A ação do governo municipal ignora a importância dos barraqueiros na dinâmica da praia e afeta diretamente um dos principais atrativos turísticos da região. Com a aproximação do veraneio, a falta de diálogo e de planejamento ameaça comprometer não apenas a economia local, mas também uma tradição que integra o cotidiano de milhares de marabaenses.
